Ontem à noite foi apresentado oficialmente o Programa Estratégico de Reabilitação Urbana para Macedo de Cavaleiros.
Ao todo, neste momento, há cerca de 10 milhões para investir na cidade, mais concretamente na Área de Reabilitação Urbana definida. Muitos projetos estão na calha para os próximos 10 anos, mas aquilo que é prioritário, como diz Duarte Moreno, presidente do município já está definido. A interface intermodal, um ponto de acesso à cidade, e que integra a nova paragem de autocarros.
“Já foi lançado o concurso para o edifício de apoio à interface intermodal. Já foi adjudicado e vai estar concluído até ao final de outubro. E irá ficar concluído com o esquisso que apresentamos aqui.
Seguiremos, um a um, todos os outros projetos. O Bairro de São Francisco será também outra prioridade, e ainda estamos a adjudicar trabalhos que não estão ainda. Leva algum tempo até que consigamos concretizar todas as ações. As vias cicláveis e pedonais são obras mais acessíveis. Não é tão fácil o Parque Urbano, porque teremos que negociar terrenos, e tratar de todas as questões subjacentes.”
O arquiteto Rafael Montes, que esteve envolvido em todo o processo, explica de forma mais aprofundada o que vai ser esta interface intermodal.
“A intenção da interface intermodal é, aproveitando a localização atual, que é um ponto de consenso entre o município, a população e os operadores de viagens, fazer uma intervenção que crie, por um lado, as condições de conforto de permanência, de aquisição de bilhetes por parte dos passageiros, e dos próprios trabalhadores. Não há instalações sanitárias, e estão todos à intempérie.
Não existe uma solução a passar por um edifício, não é essa a intenção. Haverá instalações de apoios, evidentemente, para as instalações sanitárias e bilheteira. Mas o importante é transformar aquela rua, a ruela e o jardim numa praça, que sirva de entrada para a cidade.”
Esta obra já foi adjudicada esta semana, e prevê-se que esteja concluída até ao final de outubro.
O total das obras planeadas: O Parque Urbano, junto à Ribeira de Macedo, a requalificação do Bairro de São Francisco, o Largo da Estação, o Mercado Municipal e a criação de uma rede de ciclovias, estão orçadas em cerca de 20 milhões de euros. Neste momento, há metade do dinheiro. Mais poderá ser captado através de majorações.
João Medina, da empresa responsável pela elaboração programa, garante que, comparativamente com outras cidades da mesma dimensão, Macedo de Cavaleiros não ficou atrás na atribuição de financiamentos. Foi, no entanto, necessário fazer opções.
“Comparativamente, Macedo de Cavaleiros conseguiu um bom financiamento. Ou seja, os 9 milhões que conseguiu para o PERU, que contém a parte da mobilidade, da reabilitação urbana e a parte social, é um valor bom.
Está até acima da média comparado com cidades da mesma dimensão. Comparando com cidade com mais população, os valores estão próximos. Portanto, é um bom valor.
É insuficiente para tudo o que se pretende fazer. Foi necessário ver o que era prioritário e o que encaixava nas regras, que são bastante apertadas, destes financiamento.
Por exemplo, por muito interessante que fosse ter um autocarro, nem que fosse um mini-autocarro elétrico, nós só vamos poder ter dinheiro para as vias, e não para os veículos. Isso causa algumas incongruências e constragimentos. Por isso, foi necessário fazer escolhas, e a interface era claramente o projeto prioritário.”
A cidade deve ficar “coberta” com uma Rede de Ciclovias, que se deve estender à Estação Ferroviária e ao que resta da Linha do Tua envolvente. Nesta apresentação pública, Duarte Moreno foi confrontado com outra solução: pedir à Douro Azul para estender o comboio turístico até ao Azibo.
“O comboio turístico é sempre interessante, desde que seja rentável.
Acredito que o empresário da Douro Azul sabe fazer contas, para a rentabilidade de negócio. São mais 20 km, mas que têm um custo, e podem não estar nos anseios de ser concretizável.
Para que os turistas subam do Tua até Mirandela, ou até ao Azibo, é necessário que haja pontos de atração. Temos o Azibo, que só por si já o é, e o Geopark. Mas são precisos mais.
Já tivemos uma reunião agendada, que foi desmarcada. Certamente iremos agendar uma outra, para que lhe possa colocar essas questões.”
Declarações na apresentação do Programa Estratégico de Reabilitação Urbana. O programa continua em consulta pública até 16 deste mês. Este tipo de programas vigoram, por norma, entre 10 a 15 anos.
Escrito por ONDA LIVRE


