As agências de viagens são um dos muitos setores que estão a ser prejudicados pela pandemia de Covid-19. Cancelamentos de voos e regras apertadas para quem tem obrigatoriamente de viajar são alguns dos motivos que estão a provocar dores de cabeça aos profissionais do ramo.
José Guerra tem um agência de viagens em Macedo de Cavaleiros há 50 anos e teve uma quebra de faturação a rondar os 95%:
“Estamos abertos mas é como se estivéssemos fechados. As pessoas só viajam se for estritamente obrigatório.
Os macedenses procuravam muito as ilhas baleares e destinos tropicais mas com a Covid-19 não tem sido possível devido às várias regras impostas. À chegada têm limitações e, ou levam o comprovativo em como fizeram o teste, ou têm de o fazer no momento.”
No entanto, Ana Luísa Castro, do mesmo ramo, vê com olhos de esperança o futuro que se avizinha:
“Obviamente que as pessoas ainda têm muito receio. Enquanto a situação não estabilizar e não houver regras gerais para todos os países ou uma vacina, ninguém está descansado. O mais complicado tem sido não haver uma uniformização a nível de regras nos vários países, isso tem provocado alguma ansiedade. Quando esta situação melhorar penso que as vendas irão subir. O ano passado foi um ano muito bom, e o janeiro de 2020 foi muito melhor que o do ano passado, mas com esta situação tudo mudou.”
Com o receio de viajar para fora do país, o Interior de Portugal tem estado no topo das escolhas dos portugueses:
“Felizmente o nosso Interior tem tido muita procura. Para apoiar o próprio país as pessoas estão a viajar muito para o Interior Norte e Centro, penso que é por acharem que assim haverá uma salvaguarda maior. Por um lado, é bom para os espaços hoteleiros da zona.”
Em Vila Real, Patrícia Eirô, colaboradora de uma agência de viagens revela que as quebras na faturação se têm feito sentir e que casais com filhos têm, maioritariamente, optado por cancelar as viagens marcadas:
“Temos aqueles clientes que são de longa data e muitos deles dizem que têm mais receio pelos filhos. Notamos que quem viajou mais, em termos de lazer, são casais mais jovens ou pessoas com idade entre os 30 e os 50 anos porque a partir daí, pessoas com família constituída não têm receio por eles mas sim pelos filhos. Muitas das viagens que foram canceladas inicialmente tiveram exatamente esse motivo.”
Embora o Natal e Passagem de Ano costumem ser épocas altas para o negócio, os colaboradores do ramo referem que este ano as expectativas são baixas devido à possibilidade de existir uma nova vaga de Covid-19 no outono.
É o cenário do futuro incerto das agências de viagens em plena pandemia de Covid-19.
Escrito por ONDA LIVRE

