Movimento Cultural da Terra de Miranda denuncia que a sede da empresa que adquiriu as barragens não fica em Miranda

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) denuncia que a sede da empresa que adquiriu as seis barragens transmontanas não vai ficar em Miranda do Douro, tal como tinha sido garantido.

A Movhera, agora a responsável pela gestão das seis barragens vendidas pela EDP à Engie, está na realidade sediada no Porto, o que contradiz a garantia do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, reafirmada a semana passada no parlamento de que a sede operacional da empresa se situaria em Miranda do Douro.

Segundo Aníbal Fernandes, do movimento cívico, há risco de mais impostos deixarem de ser pagos na região:

“A Terra de Miranda vai continuar a ser espoliada, não só da imensa riqueza produzida pelos seus recursos, como também de milhões de euros em receitas fiscais, incluindo as provenientes dos impostos municipais. As empresas que têm um activo numa determinada região devem constituir a sua sede administrativa aí para que não haja possibilidade de não pagar os impostos nessa região.”

A Movhera informou, entretanto, que vai criar no concelho de Miranda uma sede operacional da empresa, designada Engie Picote, mas para o movimento isso não garante o que foi prometido:

“Mais uma vez são goradas as expectativas das populações. Durante muito tempo assistimos ao pagamento dos impostos municipais em Lisboa e no Porto porque era aí que tinham as suas sedes e trabalhadores. Depois houve esta injustiça clamorosa da transacção com o esquema artificial e ardiloso para não pagar os impostos que devia e agora com a declaração que vão trazer muito desenvolvimento à região e afinal fica cá uma empresazinha. É esta lógica centralista que tem votado o interior o país ao abandono.”

O Movimento Cultural da Terra de Miranda pede ao Governo que obrigue a MOVHERA a cumprir a condição da qual o próprio Governo português fez depender a autorização de venda das barragens, que é a instalação da sede da empresa em terras de Miranda.

INFORMAÇÃO e FOTO CIR (Rádio Brigantia)