Devido à falta de chuva, algumas aldeias do concelho de Macedo de Cavaleiros estão já dependentes do abastecimento de água por parte dos bombeiros.
Tratam-se, na maioria, de localidades com captações próprias de água, oriunda de nascentes, e nos próximos dias mais aldeias podem ser afetadas, deixa saber o vice-presidente do município de Macedo de Cavaleiros, Rui Vilarinho:
“ Há aqui aldeias do nosso concelho que neste momento só já sobrevivem, em termos de água, com a que é aduzida pelos bombeiros com os tanques.
Neste momento Espadanedo só sobrevive com esta água, Valongo, Murçós vai tendo alguma capacidade de regeneração, embora pouca, Grijó está com pouca capacidade de regeneração e Azibeiro também. Olmos está a ter dificuldade, pela primeira vez na história. Vale benfeito. por norma, no mês de agosto, tem sempre dificuldades, e acredito que ainda vá ter mais. Em Lamalonga tem de ser feita uma ginástica enorme da parte da Junta de Freguesia para conseguir ter água. Também Vila Nova está com muita dificuldade e acredito que comecem a surgir problemas noutras aldeias também.
Toda gente diz que a Serra de Bornes é o reservatório de água do concelho, no entanto, junto à serra já estão duas aldeias com dificuldades. Lembro que ainda estamos a meio de julho, imagino como será em agosto e setembro.
O problema é dramático para todos. Nós apelamos à população, nomeadamente à dessas aldeias, que tenham cuidado, porque pode deixar de haver água para abastecimento público e ninguém tem culpa.”
Em algumas destas terras, a falta de água no verão já é recorrente, mas em outras nunca tinha acontecido.
Um problema que o vice-presidente acredita que só se resolverá com a municipalização da água:
“ A questão é que já se quis municipalizar isto há muitos anos mas o povo em si foi muito relutante, no que toca a este tipo de decisão. Contudo, nestes momentos em que não há água, o problema é sério e constatamos que, de facto, foi a pior opção. Teremos de pensar, num futuro próxim,o em resolver este problema de base.”
Por enquanto, os bombeiros têm conseguido abastecer as localidades com água, o que pode mudar se houver incêndios. Por isso há já um plano B:
“Nós vamos adquirir um camião, o mais rápido possível, para também ajudar a este processo, porque sabemos que o mês de agosto vai ser terrível. Se houver incêndios, os nossos bombeiros naturalmente que terão de priorizá-los e vão secundarizar a questão do abastecimento de água.”
Quanto às localidades abastecidas pela água proveniente da Albufeira do Azibo, graças à quantidade armazenada, não se preveem problemas, ainda assim, o vice-presidente apela a que todos façam um uso racional deste recurso.
Escrito por ONDA LIVRE

