A desigualdade de género continua a ser um problema nos dias que correm e muitas vezes é disfarçada. Hoje, no Dia Internacional da Mulher, Maria Luís Martins, da Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança, alerta para as mulheres ainda serem associadas a determinadas tarefas, nomeadamente à maternidade:
“Há muito esta questão do papel da mulher, do papel do homem, quais são as profissões cujo o género é mais comum, é muito raro vermos taxistas, camionistas que sejam mulheres. Nas questões da maternidade a responsabilidade máxima de tomar conta dos filhos ainda continua a ser da mulher. As desigualdades continuam a existir, podem estar mais disfarçadas mas existem”.
A coordenadora do Núcleo de Apoio à Vítima da ASMAB reconhece ainda que, nos últimos anos, cada vez mais mulheres que sofrem de violência doméstica pedem ajuda:
“Os pedidos de ajuda para perceber de que maneira podem sair de uma relação abusiva têm vindo a aumentar. A noção de que as pessoas estão a pedir cada vez mais ajuda e apoio para poder sair das situações abusivas e que têm uma resposta à espera delas é um ótimo indicador”.
E além de haver cada vez mais pedidos de ajuda, também as agressões, quer físicas quer psicológicas, são mais graves:
“Especialmente, desde a pandemia para cá, conseguimos perceber que o grau das agressões tem sido cada vez mais forte”, referiu, dizendo que há pessoas que chegam a ser hospitalizadas e que “as consequências, a nível psicológico, têm vindo a trazer graves mazelas, nomeadamente no que concerne a situações traumáticas”.
A Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança tem ainda uma casa de acolhimento para vítimas de violência doméstica, com capacidade para 30 pessoas e que está praticamente cheia.
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a ASMAB vai estar nas escolas secundárias do distrito a sensibilizar para a desigualdade de género.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

