Cerca de 50 pessoas juntaram-se em vigília pela educação ontem à noite em Macedo de Cavaleiros

Cerca de meia centena de pessoas, maioritariamente professores, juntaram-se ontem à noite em Macedo de Cavaleiros em vigília por melhores condições para o setor.

Um protesto que aconteceu em vários pontos do país em simultâneo com a vigília que teve lugar em Bruxelas, onde estão mais de 100 profissionais da educação à procura de respostas para o setor.

Joaquim Queiroz, delegado distrital Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P.), admite que os professores estão cansados mas não vão desistir de lutar pelos seus direitos:

“Os professores continuam na luta, começamos a ficar cansados mas não derrotados, o que é o importante. Às vezes vamos buscar forças onde não pensávamos ter.

Foi uma manifestação também em solidariedade com os colegas que foram a Bruxelas apresentar as razões da nossa luta.
Todos juntos às 19h30, 20h30 em Bruxelas, fizemos esta vigília, nós em Macedo e outros colegas por outros pontos do país.
Foi um momento muito interessante, com poesia, luz, música e cânticos,
Isto é um braço de ferro e vai manter-se. O Governo tem as razões dele e nós as nossas. Estamos a lutar pelo que é um bem maior, o ensino e a sociedade.”

Marco Silva é de Vila Nova de Famalicão e dá aulas em Macedo de Cavaleiros.

Estar a 200 km de casa é um dos motivos que o levou a juntar-se ao protesto:

“Entrei nos quadros há dois anos na zona de Lisboa e, entretanto, consegui mobilidade interna. Através disso vim para Macedo de Cavaleiros.

A minha ideia era correr o país, entrar para os quadros e ir para a zona do Minho, pelo menos.
Sou um daqueles professores que andam há mais de 20 anos com a casa às costas.
Já entrei para os quadros mas ainda estou a 200km de casa.
Os professores são precisos neste país, andamos muito desencontrados, tenho mais duas irmãs que também são professoras, uma está em Vila do Conde e a outra na Azambuja, e já estiveram no Algarve e em Lisboa.
É essa a minha luta.”

Entre os docentes encontrámos também Virgínia Magalhães, que considera que o Governo tem ignorado os professores em todos os momentos:

“É uma luta muito antiga, nós, professores, passamos os nossos dias com crianças, damos-lhes instrução, educação e, connosco, os pais estarão sempre seguros.

O Governo tem feito muito pouco por nós, tem-nos ignorado em todos os momentos e está na hora desta luta continuar de forma sistemática e persistente, para ver se conseguimos que os nossos direitos sejam alcançados.

Não vamos parar, a força neste momento é muito grande e aquilo que nos move é a razão.”

E não só os professores se juntaram a esta vigília por melhores condições para o setor da educação:

“Sou casado com uma professora e há uma dúzia de anos que as coisas começaram a ficar muito diferentes para os professores.

Sendo uma carreira, fundamental em qualquer país, está a ser colocada de rastos e muitos poucos jovens querem ser professores, o que é um mau sinal.

Se as coisas não mudarem, para quem ainda é professor, então vai ser um plano inclinado.”

Mais uma forma de luta e protesto dos professores, que reivindicam, entre outros, melhores condições laborais e o fim da precariedade.

Escrito por ONDA LIVRE

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