Recordo que o Município figurou, ao longo de vários anos, no topo da lista dos que mais água desperdiçam, mas o relatório da ERSAR, que caracteriza o setor, relativo a 2020, já o colocava na segunda posição.
Agora, revelados os dados 2021, sabe-se que a redução, em apenas um ano, foi superior de 10%.
No entanto, a Câmara já apurou os valores relativos a 2022, que vão constar no relatório da ERSAR do próximo ano, e sabe-se que de 66,6% passou para 56%, ou seja, novamente uma redução na ordem dos 10%.
O presidente da Câmara Municipal de Macedo, Benjamim Rodrigues, justifica que este é o resultado das medidas que têm vindo a ser tomadas no sentido de reduzir o desperdício de água:
“Com todas estas medidas que estamos a tomar, estamos a recuperar.
É uma questão de sustentabilidade ambiental, que diz respeito a todos, para que um dia não venha a faltar água, e, ao mesmo tempo, conseguirmos ter menos custos.
Temos despesas com a água brutais e isto é um desperdício de investimento.
Vamos continuar a recuperar cada vez mais, ano a ano.”
Estas reduções de perdas de água, de acordo com a autarquia, representam uma poupança anual na ordem dos 200 mil euros.
Benjamim Rodrigues diz que a partir de agora é que a diminuição se vai começar a refletir nos cofres da autarquia:
“Vão começar a sentir-se agora.
Perdemos muito tempo na recuperação porque havia um processo de pretensão de verticalizar as águas na Comunidade Intermunicipal. Não conseguimos isso e andámos sempre atados durante dois ou três anos, o que nos fez perder muito tempo.
Neste momento estamos no bom caminho, vamos continuar, já recuperámos cerca de 20% e claro que isso se reflete nos cofres da autarquia.”
O plano de combate às fugas no concelho de Macedo de Cavaleiros está no terreno desde 2021. Neste momento, a autarquia garante que já esta a ser feita monitorização das redes, a telegestão implementada e vão iniciar a substituição de contadores volumétricos para dispositivos inteligentes, inicialmente apenas na cidade.
Estão também a decorrer obras de substituição de condutas, para já nas localidades mais urgentes, no valor de um milhão de euros, que resultam de uma candidatura ao POSEUR, com financiamento através de fundos comunitários, sendo 15% suportados pela Câmara.
O vice-presidente do Município, Rui Vilarinho, refere que em algumas aldeias, os trabalhos estão já na reta final:
“Dados que me foram fornecidos pelos nossos técnicos, Corujas terminou, só falta repavimentar, Vale da Porca está mesmo a terminar e Castelãos também, falta repavimentar.
Amendoeira vai iniciar o processo e em Macedo de Cavaleiros temos uma zona grande que já iniciou a requalificação.
Priorizámos essas aldeias porque era onde havia uma diferença maior entre a água aduzida e a faturada, o que implicará um maior número de perdas.”
A meta da autarquia de Macedo é chegar, pelo menos, aos 40% de perdas de água.
De acordo com o relatório da ERSAR, no distrito de Bragança, dos municípios com dados apurados, o concelho com percentual mais elevado de água não faturada em 2021 foi o de Miranda do Douro, com 71,4%, seguindo-se Vimioso, com 70,8%.
O pior a nível nacional continua a ser Vila Nova de Cerveira com 85,3%.
Escrito por ONDA LIVRE

