O calor e o fungo da septoriose provocaram quebras significativas na produção. Os agricultores pedem ajuda, mas a ministra diz que o Governo não tem instrumentos para o fazer. Na sua vinda a Alfândega da Fé, Maria do Céu Antunes disse que esta situação não abrange nenhum dos apoios já criados pelo ministério:
“Os instrumentos que nós temos disponíveis para ajudar os agricultores na gestão do risco são dois. Um para a substituição das árvores caso o potencial produtivo esteja ameaçado, não é caso, portanto não podemos accionar a medida. Não temos forma de ajudar nas quebras de produção nas campanhas, porque é uma matéria segurável e, portanto, devem ser os seguros colectivos a ter a disponibilidade para poder fazer face a estas dimensões”
A ministra fez questão de frisar que também não houve apoios para outras situações idênticas e que cabe aos seguros cobrirem as quebras:
À primeira vista nós não temos instrumentos para o poder fazer, não o tivemos para o escaldão da pêra Rocha, não o tivemos para o escaldão da uva ou para as quebras que decorreram das granizadas que caíram num passado muito recente, porque isso é em primeiro lugar a responsabilidade dos agricultores e dos seus movimentos associativos.”
No entanto, diz já ter recebido informação do sector e está agora a estudar o caso.
Maria do Céu Antunes foi ainda confrontada com o facto de agricultores dos municípios de Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vila Flor terem sido excluídos dos apoios do Governo, no âmbito das intempéries de junho. A ministra diz que os prejuízos não foram suficientes para receberem ajudas:
“Na primeira avaliação estes municípios não estavam enquadrados na medida do restabelecimento do potencial produtivo, porque as quebras não chegaram aos 20%. Reavaliámos e de facto não tem condições para o podermos fazer.”
Declarações da ministra da Agricultura e Alimentação, na sexta-feira, em Alfândega da Fé, à margem da inauguração do regadio da Camba.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)