Comércio local de Macedo de Cavaleiros pode beneficiar de projeto piloto para estudar as tendências de mercado

Está em marcha um projeto que tenciona estudar, identificar e fazer um diagnóstico ao estado do pequeno comércio local, conhecer o consumidor para potenciar o negócio aumentando o volume de negócios da pequena e média empresa. Para isso, está em curso um modelo piloto, no distrito de Bragança, em Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Mogadouro, cidades com menos de 20 mil habitantes. O coordenador do projeto, do gabinete de empreendedorismo do Instituto Politécnico de Bragança, Jorge Humberto, explica como vai funcionar na prática a implementação:

Nos comerciantes que aderem, a Universidade de Valladolid instala um sensor de contagem de pessoas na rua, a partir da monstra e dentro um sensor de entrada, para perceber quantas pessoas passam naquela rua e quantas entram naquela loja. Depois é instalado um pequeno tablet com um questionários, com perguntas muito simples, sem identificação pessoal, para irmos caraterizando a idade, a origem, o género, do comerciante que entra naquela loja. Depois o comerciante acrescenta-lhe uma informação final que é o número de talões que tem, o número de clientes que compraram. E fazemos uma taxa de conversão simples, entraram 100, compraram 50, temos então uma taxa de conversão de 50. Ou ainda, pelo talão médio, para percebermos, o grau de volume de compras, sem qualquer tipo de identificação, ou dado da pessoa.

São parceiros deste projeto-piloto a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e a Associação Comercial Industrial e dos Serviços de Macedo de Cavaleiros (ACISMC), numa rede de colaboração transfronteiriça que envolve a Universidade de Valladolid, o Instituto Politécnico de Bragança, diversas associações empresariais e comerciais de Portugal, como o Nerba – NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança e Espanha e a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

A apresentação da iniciativa decorreu esta quinta-feira, no auditório da ACISMC, em que estiveram algumas pessoas presentes e interessadas, mas nenhum comerciante. Apesar de num período anterior à ação já estavam identificados três comerciantes de Macedo de Cavaleiros, com acrescenta o também professor do IPB:

Antes da sessão já estavam autenticados três comerciantes que vão aderir em Macedo de cavaleiros, identificados pela ACISMC, em colaboração com o NERBA. Insistimos nesta segunda fase, com esta sessão de hoje, para tentarmos atingir o objetivo mínimo de sete. O ideal eram 10. Para termos 30 no território. Mas é o possível neste momento.

A adesão a este projeto traz benefícios aos empresários e aos clientes, ficando estes habilitados, quando aderirem ao preenchimento do inquérito disponível nas lojas ao sorteio mensal de um cheque de 30 euros, para ser utilizado nos comércios aderentes.

O presidente do Município de Macedo de Cavaleiros,Benjamim Rodrigues, refere que se trata de uma iniciativa que se desenvolverá no terreno, junto dos comerciantes aderentes, e que, depois da recolha de inúmeros dados úteis para o desenvolvimento do trabalho, na sua forma final, trará a breve e médio prazo resultados muito práticos, que o comércio local poderá adotar, para melhor preparar o seu futuro.

A participação dos comerciantes é gratuita, em que só existe a obrigatoriedade de se manter no projeto pelo menos um ano, e facultar a instalação de um tablet localizado num suporte dentro do estabelecimento; e, também, a colocação de um nó no interior da loja, para contagem de pessoas que passam na rua. O projeto termina em 2026.

A sessão de apresentação do projeto acabou por ser informal, com a troca de informações, considerações e também de críticas. Uma delas é a falta de programas governamentais de apoio ao comércio:

Os dois grandes programas de apoio ao comércio, foi ao virar do século, o URBECOM e o PROCON, que foi uma linha de modernização do pequeno comércio e ai viu-se e refletiu-se, com montras novas, substituição de portas fechadas com portas de vidro, iluminação, programas de faturação. Deu ali uma boa alavanca. E depois, em 2009, 2010, não consigo precisar, uma medida gerida pelo IAPMEI chamada Comércio Invest. Naturalmente o grau de competitividade das grandes superfícies é muito grande. Entrar no shopping é ter tudo à mão, tal como no Pingo Doce, ou num Continente, com uma oferta muito grande, muito fácil.

Este será um projeto piloto que pretende incrementar competitividade no comércio local.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE