A campanha das vindimas já está fechada e os poucos associados da Adega Cooperativa de Valpaços (ACV) que ainda entregaram as suas uvas naquela instituição não sabem quando vão poder ver a cor do dinheiro de pelo menos uma das quatro campanhas que dizem ter em atraso.
Muitos dizem ter esgotado a paciência com as promessas não cumpridas, por parte da direção daquela cooperativa, mas já receiam dar a cara para denunciar esse incumprimento, por receio de represálias.
Há dois meses, quando estava prestes a começar a campanha de 2024, uma carta aberta a que tivemos acesso, subscrita por vários associados, descrevia um cenário caótico, na altura com três campanhas em atraso (2013, 2021 e 2023) considerando que a ACV “deixou de ser fonte de rendimento para os viticultores para ser uma fonte de despesa inútil e supérflua”.
Na altura, em resposta às críticas, o presidente da direção da ACV, Pedro Vinagre, admitia algumas dificuldades que dizia serem “transversais no setor do vinho em todas as regiões do país”, mas garantindo, por agora, que iria pagar uma das campanhas em falta. “Está a contabilidade e o banco a tratar do processo, porque é moroso, é preciso perceber os créditos que os sócios têm, é o que está a acontecer neste momento é fazer esse trabalho e quero acreditar que dentro de duas semanas está uma campanha liquidada”, afirmou Pedro Vinagre, na primeira semana de agosto.
Mais de dois meses depois, ao que apurámos junto de vários associados, nada chegou à conta bancária dos viticultores.
Apesar de diversas tentativas da CIR para obter esclarecimentos junto de Pedro Vinagre sobre esta falha da promessa feita há dois meses, até ao momento não foi possível obter qualquer declaração gravada ou escrita do presidente da ACV.
A Adega Cooperativa de Valpaços foi fundada em 1956 (68 anos), tem atualmente cerca de 500 associados e produz vinhos tintos, brancos, rosés e espumantes.
INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)