Não há vontade política do atual governo da AD, tal como não houve no anterior governo socialista, em reabrir o serviço de urgência de cirurgia-geral do hospital de Mirandela, encerrado desde outubro de 2023, na altura justificado pela administração da ULS do Nordeste, como sendo uma medida temporária.
É a conclusão a que chega a Direção da Organização Regional de Bragança do Partido Comunista Português, depois de o Grupo Parlamentar daquele partido na Assembleia da República ter recebido uma resposta do Ministério da Saúde, praticamente idêntica à que já tinha recebido em janeiro deste ano, quando questionado sobre a calendarização para a reabertura daquele serviço.
Jorge Humberto, da DORBA do PCP, diz que a resposta nada esclarece:
Na sequência da mesma resposta dada pelo anterior governo, o que demonstra a falta de vontade política quer deste ou ou interior governo de revolver o problema. É inadmissível e a desculpa que fica no ar, é que a culpa é dos médicos. Não nos podemos esquecer que os médicos, já fazem o limite das horas extraordinárias, que é obrigado por lei. Fica demonstrado que há um desinvestimento total naquilo que é o SNS, por este governo e que a desculpa dos médicos tem a haver, com este desinvestimento. Não vamos abandonar esta luta, porque consideramos que é justa e necessária para aquilo que são a defesa das condições de vida, de quem vive em Mirandela, mas também no distrito de Bragança. Estamos a falar de um território que tem quase 7 mil quilómetros quadrados, 123 mil habitantes, e não é aceitável que não haja este tipo de serviço em Bragança e não possa haver, tendo havida já em Mirandela, e não possa continuar a haver. Portanto, isto demonstra a vontade política, quer do PSD, quer do antigo governo do PS, em resolver este problema dramático.
Na resposta escrita, assinada pelo chefe de gabinete da Ministra da Saúde, refere que a decisão de reativar a especialidade de Cirurgia-Geral no serviço de urgência do HDM “depende da disponibilidade de recursos humanos adequados, tendo em vista a criação de condições que garantam qualidade e segurança na prestação de cuidados, pelo que não é possível prever uma data para a reativação da referida especialidade”.
Também adianta que a ULSNE “reforça o compromisso na monitorização da situação e na procura de soluções estruturais, em coordenação com as entidades nacionais competentes”.
Para o PCP, não há dúvidas de que o Governo da AD não pretende suprimir a carência de médicos na especialidade de Cirurgia Geral no Serviço de Urgência do Hospital de Mirandela.
INFORMAÇÃO CIR ( Escrito por Rádio Terra Quente)