Ainda no âmbito do processo do pedido de desagregação da freguesia de Murçós, da atual União de Freguesias que é composta por Espadanedo, Edroso, Murçós, e Soutelo Mourisco, do concelho de Macedo de Cavaleiros, a Comissão Concelhia do PCP de Macedo de Cavaleiros denuncia a responsabilidade dos partidos do PS, PSD, Chega e IL pela não reposição desta freguesia contra a vontade expressa da população e dos seus legais representantes – Assembleia da União de Freguesias e Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros.
A representante distrital do partido, Fátima Bento, refere é preciso exigir que o novo grupo de trabalho do Parlamento, agilize o processo permitindo a desagregação a tempo das próximas eleições autárquicas:
Ouve-se muito pouco sobre isto. Mas esta freguesia, Murçós, pode, se assim o entender, pedir a criação de uma nova freguesia, porque existe sempre essa possibilidade, desde que seja, antes dos seis meses anteriores, às eleições autárquicas. Até essa data, ela pode requer, novamente, este processo. Veio a público, que haveria um novo grupo de trabalho, que avalia estas situações. Contudo, acho que o que é importante é que as populações, especificamente estes fregueses de Murçós, e o presidente da Junta, que tem acompanhado esta reivindicação, reiniciem o processo e reivindiquem para que a sua vontade seja feita, porque na verdade, Murçós, cumpria os requisitos apertados exigidos, pela lei.
Fátima Bento defende que vai lutar pela reposição desta freguesia, denunciando que este processo de junção teve um impacto na gestão dos destinos das mesmas, e por isso é uma luta justa:
Foi impedida por um pressuposto, que nós entendemos que é mais uma forma, de impedir a reposição das freguesias. Para o PCO, nós nunca esquecemos a luta das populações, em relação à reposição das freguesias. E nós, na nossa região vemos bem, o impacto que teve. Há sempre uma tentativa, pela parte do PSD, que foi quem agregou de forma forçada muitas freguesias, e por parte do PS, que atrasou muito o processo. Que teve inúmeras oportunidades de repor este direito das populações.
Nós entendemos que continua a ser uma reivindicação justa, porque estão aí os impactos. Muitas freguesias ficaram a inúmeros quilómetros da sua sede. O presidentes de junta viram-se a braços com muitas situações difíceis de gerir. Dada à extensão do seu território, por por causa das exigências de investimento que não corresponde ao financiamento que têm. São por demais razões evidentes, que esta agregação não beneficiou as populações locais.
A justificação do grupo de trabalho que analisou este processo, foi que chegou fora de prazo. O PCP entende que este é um falso argumento, com eventuais subterfúgios da própria “Lei Relvas“ sem conhecer os territórios, infligindo sérios prejuízos às populações, afastando-as do poder político, conduzindo um processo tortuoso e complexo”:
Entendemos também que este argumento que justificou, ficar de fora, impediu a aprovação da agregração de Murçós, é um falso argumento. Entendemos que alegarem que chegou fora de prazo, é um entendimento com o qual, o próprio Tribunal Constitucional não concordou. E o PCP também não. Para nós, para além de prazos e eventuais subterfúgios, que ao longos destes anos todos que têm vindo a criar a própria lei, muitas delas impedem, mesmo que sejam vontades das suas populações, e dos seus órgãos locais autárquicos, impedem que elas sejam repostas.
Recorde-se que no passado dia 17 de janeiro, foram aprovados 123 processos de desagregação de Uniões de Freguesias em todos o país. 65 acabaram excluídos por não cumprirem os critérios exigidos. No distrito de Bragança, o único pedido foi o de Murçós, enquanto que no distrito de Vila Real, houve dois pedidos de desagregação que foram aprovados: o da União de freguesias de Poiares e Canelas, no concelho do Peso da Régua e ainda a União de freguesias de Lobrigos (São Miguel e São João Batista) e Sanhoane, no concelho de Santa Marta de Penaguião.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE