PCP denuncia que médicos da ULS do Nordeste trabalham em regime de prestação de serviços

Alfredo Maia, passou pela região e teceu duras críticas, ULS do Nordeste tem um grande número de médicos que estão a trabalhar em regime de prestação de serviços, que deveriam pertencer aos quadros, o que implica a criação de condições efetivas para acesso à formação médica, à formação geral e à formação na especialidade. Também visitou o Complexo Agro-Industrial do Cachão, que no seu entender necessita de investimento.

O deputado do PCP na Assembleia da República, Alfredo Maia, esteve esta segunda-feira, em Bragança, numa reunião com a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste. Na opinião do deputado, a ULS do Nordeste tem um grande número de médicos que estão a trabalhar em regime de prestação de serviços:

“A ULS não tem médicos suficientes para responder em várias especialidades, ou os que tem são em regime de prestação de serviços que manifestamente saem muito mais caros nas atuais condições do que os que prestariam serviço no quadro da instituição”.

O PCP considera que estes médicos deveriam pertencer aos quadros da Unidade Local de Saúde do Nordeste:

“Foi sinalizado um volume muito importante de médicos que prestam serviço em regime de prestação de serviços, quando do nosso ponto de vista deviam pertencer aos quadros, o que implica a criação de condições efetivas para acesso à formação médica, à formação geral e à formação na especialidade e, nessa perspetiva, continua a subsistir obstáculos inaceitáveis à formação de médicos e à sua diferenciação”.

Por isso, o partido defende que é preciso tornar as carreiras mais atrativas, mas também criar medidas para que os médicos se fixem no Interior, como apoio ao alojamento:

O deputado diz que são necessários “apoios concretos à fixação, em termos da majoração das retribuições e em termos de apoio também ao alojamento”. Diz que os médicos acabam por não ficar no Interior porque “as carreiras não são atrativas nos termos em que se encontram”. “Uma coisa é termos medidas pontuais e outra coisa é um jovem médico iniciar a sua carreira com uma retribuição mais justa e com as possibilidades de progressão na carreira”.

Relativamente à urgência cirúrgica do hospital de Mirandela que está encerrada há mais de um ano, não foi dada nenhuma data de previsão de reabertura.

Tentámos obter declarações da administração da ULS do Nordeste sobre a reunião que aconteceu, esta segunda-feira, com o PCP, mas não quiseram prestar esclarecimentos.

Já em Mirandela, Alfredo Maia visitou as instalações do complexo agro-industrial do Cachão, infra-estrutura que necessita de investimento público com urgência, entende o deputado do PCP:

“Não podemos depender da aventura privada em relação a equipamentos e a infraestruturas que servem o desenvolvimento regional e o apoio aos agricultores e outros produtores. O investimento público significa, em primeira linha, a Administração Central não pode divorciar-se dessa obrigação, porque também não podemos carregar tudo para cima das autarquias e ainda por cima tentar forçar competências que em muitos casos não são das autarquias. Digamos, a intervenção no que diz respeito ao loteamento, à criação da infraestrutura básica, sim, mas o Estado deve também contribuir para o desenvolvimento de polos agro-industriais que dinamizam e fomentam a nossa capacidade produtiva”, entende o deputado do PCP.

Durante a manhã, Alfredo Maia esteve em contacto com vários comerciantes da cidade de Mirandela, numa visita inserida no quadro da sua atividade parlamentar.

INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Brigantia e Rádio Terra Quente)
Fotografia: Rádio Brigantia