Esta semana a Associação Vale d’Ouro, sediada no Pinhão, veio criticar as declarações do
Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, emitidas pelo “podcast” Sobre Carris, no jornal Público, que refere que a reabertura da Linha do Douro na sua totalidade, até Barca d’Alva, não é uma prioridade do Governo.
Também o autarca de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, considera que esta linha ferroviária é essencial para o desenvolvimento turístico daquela zona do distrito de Bragança:
“A ligação Pocinho a Barca D’Alva foi prometida pelo governo socialista, que lançou o projeto de execução e aquilo que se esperava do atual governo, é que cumpra com aquilo que já estava programado e que cumpra, e o que se espera é que o leve a bom porto. Trata-se de uma obra estrutural para a nossa região, e sobretudo para trazer ainda mais dinamismo, mais incrementação de turistas, para os nossos territórios, e só tem de ser levado por diante. Portugal tem de ser olhado por inteiro e não só por Lisboa e pelo Porto, nem pelo contrário, porque temos de falar a uma só voz, e se há um eixo primordial de ligação, para fazer face àquilo que é a beleza natural que tem os nossos territórios, e que a linha ferroviária assume aqui um papel preponderante para a divulgação e sobretudo para dar oportunidade para que cada vez mais este território seja conhecido e seja valorizado”.
Recorde-se ainda recentemente, o presidente da câmara de Vila Nova de Foz Côa, João Paulo Sousa, defendeu que falta vontade política para a reabertura desta linha ferroviária, dizendo que somos um país que estuda muito, que quando não se quer fazer nada, constitui-se uma comissão”. Esta mesma questão foi colocada a Nuno Ferreira que também concorda com esta afirmação:
“Corroboro as palavras do meu colega, de Vila Nova de Foz Côa e ainda acrescento, não basta apenas estudar, temos que passar das palavras à ação, temos que executar. Para avançar tem que haver um projeto e é isso que está em causa, e poderá ser levado a bom porto. O que se pretende é que se passe das palavras à ação, e que se execute e se ponha em prática, aquilo que deveria estar em funcionamento, e que nunca devia ter sido retirado. Esta é uma linha fundamental e estrutural para este território. Cada vez mais temos que nos lembrar que os nossos territórios e que Freixo de Espada à Cinta, com a proximidade que tem da Barca D’Alva, é uma das portas de entrada para a Europa. Nós fazemos fronteira com Espanha, e cada vez mais isso tem de ser aproveitado”.
O autarca de Freixo de Espada à Cinta refere que tem de se olhar para Portugal como um todo:
“Independentemente do governo, seja socialista ou AD, há só um governo que é olhar para os portugueses como um todo e num Portugal por inteiro. E é isso que tem de ser feito. Que é olhar para esta região, e acima de tudo dar imediatamente, a mesma igualdade de oportunidades quando se fala do metro do Porto ou de Lisboa. Nós estamos a falar aqui de um número que é insignificante quando comparado, com essas obras estruturantes como é o caso de Lisboa ou do Porto. É hora de fazer justiça, às nossas populações e aos nossos territórios e devolver a ferrovia, como há muito foi prometida”.
A linha ferroviária em questão é de 28 quilómetros e está desativada desde 1988.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE

