Serviço verde coronária da SUB de Macedo de Cavaleiros é um dos mais rápidos, célere e eficaz

O serviço verde coronária da SUB de Macedo de Cavaleiros é um dos mais rápidos, célere e eficaz. Este foi o resultado de um estudo que foi refletido num poster e que foi o vencedor da segunda edição das Jornadas dos Sub (Serviço de Emergência Básica) da ULSNE, que terminou esta sexta-feira.

O poster vencedor “Via verde coronária – o tempo não pára” é da autoria de Alberto Aragão, Noberto Carvalho, Andreia Pintor Gi, Cristina Peredo e Lucinda Felix, que explica o conteúdo deste trabalho:

“Há um protocolo que é via verde coronária. Acaba por se como na via verde dos carros, ou seja passa na via verde, não pára nas portagens. Um doente que entra na via verde, num serviço de urgência, entra também direto, não tem paragens. É realizada a avaliação e o tratamento. Há estudos a nível nacional, e de outras instituições de saúde, e nós queríamos saber como estava o nosso serviço. Apesar se sermos um serviço de emergência básica, temos o apoio de medicina e dá-nos mais margem, para fazermos mais alguma coisa. Às conclusões a que chegamos é que estamos ao nível das metas nacionais. Significa que quando é ativada a via verde coronária, o doente tem um atendimento mais rápido, célere e eficaz. Ou seja, conseguimos enviar o doente para Vila Real em menos tempo, quando não é ativada essa via coronária. A amostra foi pequena, de 50 utentes”.

Este prémio é um reconhecimento do trabalho, acrescentou a enfermeira da unidade hospitalar de Macedo de Cavaleiros:

“Fiquei muito feliz. Foi muito esforço e trabalho. Houve alturas em que se não fossem os meus colegas a insistir eu tinha desistido. Foi uma luta contra o tempo. O trabalho não estava a ser desenvolvido tal como eu queria, mas trabalhando em equipa, tudo se consegue. Tenho os melhores elementos da equipa do mundo. Eles ajudaram e apoiaram e as coisas acabaram por correr bem. O poster também fala do tempo. Sempre se falou que o tempo é coração. E nós como estamos longe e temos que realizar as coisas no menor espaço de tempo. E quando não é possível, mas tentamos sempre em prole do doente”.

Em segundo lugar, ficou o estudo sobre o “Enfarte agudo do miocárdio em doentes atípico com comorbilidades graves: um caso clínico da autoria de Elisabete Vieira, Telma Bento, Carlos Almeida e Nádia Morete.

Já em terceiro lugar foi o tema “Hemorragia da Fístula Arteovenosa no serviço de urgência”, da autoria de Rita Fraga, Rui Linhares, Carlos Almeida e Sónia Casado.

As jornadas tinham como objetivo debater os desafios na área da saúde que enfrentam, sobretudo na transferência de doentes, assim como na falta de recursos humanos, tal como confirmou o médico em medicina intensiva, de 33 anos, natural de Vila Real, e que trabalha na unidade de Bragança há três anos:

“Além das longas distâncias efetivamente, falando dos colegas que transferem doentes aqui de Macedo, ou de Mirandela para Bragança, para as nossas unidades de cuidados intensivos, também nós temos que transferir doentes para outros centros hospitalares, como por exemplos, enfartes para Vila Real, doentes neuro-críticos para o Hospital de Santo António. Uma das dificuldades é o transporte. Outra dificuldade são equipas. Porque é preciso formar equipas, instruindo os enfermeiros, os médicos e os técnicos auxiliares de saúde. Porque a partir do momento que um doente entra numa ambulância, é suposto que mantenha o nível de cuidados que têm numa unidade de cuidados intensivos. É suposto manter o nível de cuidados e a excelência e se não houver formação os profissionais de saúde podem sentir-se inseguros. E até ficarem com sequelas, até de medo e traumas se alguma coisa, correr menos bem. Estou a falar de um serviço em particular, que é o serviço de medicina intensiva, que é bastante grande, também tem muitos profissionais. Se calhar até é um dos serviços da ULSNE, quantas mais pessoas melhor. Mas isso não é só na ULSNE, ou em Bragança é em todas as cidades. Efetivamente é uma limitação e há muita gente que não quer vir trabalhar para o interior, mas é encarar este trabalho como um desafio. Eu também não sou de Bragança, e decidir dedicar a minha vida por cá. E não me arrependo. Existem faltam de profissionais em todas as áreas e em todos os hospitais. Nós eficientemente precisávamos de mais, não vou mentir. Mas com o pouco de temos conseguimos fazer muito. Conseguimos contornar os obstáculos por e pelo doente. Nós conseguimos fazer da tripas coração, como se costuma dizer. E doentes que são desconhecidos passam a ser nossa família. Porque queremos prestar o melhor cuidado aquele doente”.

O balanço das jornadas é muito positivo, adiantou Celeste Guedes, da organização:

“Considero que as jornadas correram bem, mas como qualquer jornada atrasou sempre um bocadinho, mas acho que, pelo menos do que ouvimos junto das pessoas que assistiram, acho que foi um balanço positivo. O número de participantes no total foi de 140 inscritos. Hoje é uma sexta-feira, estão menos pessoas a assistir, mas é normal. É início de fim de semana. Há sempre algumas pessoas têm de regressar. Já em termos de espaço de diálogo, de troca de conhecimentos foi um bom momento”.

Esta quinta-feira e sexta-feira decorreram em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE
Jornalista: Maria João Canadas
Fotografias: Rádio ONDA LIVRE e Munícipio de Macedo de Cavaleiros