Foi “majestoso”, o concerto de música clássica pelo trio que lhe dá nome, e que subiu ao palco do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros este sábado.
Apesar de pouco público, o que saiu de casa, gostou como foi o caso do maestro Filipe Ferreira da Banda Filarmónica 25 de março, de Lamas, que se fez acompanhar por alguns alunos:
“Gostei muito. Não é normal ver jovens num concerto de ópera. Eu também estudei música, sou músico profissional e mestre da Banda 25 de Março de Macedo Cavaleiros e vim aqui com alguns músicos da minha banda. Também conheço parte do trabalho de elementos deste trio e acho que foi um excelente concerto”.
Destes alunos, a mais expedida para falar foi Matilde Costa, de 16 anos, que toca flauta, aluna da Esproarte – a Escola Profissional de Arte de Mirandela e que aproveitou este momento também para expandir os seus horizontes:
“Eu toco flauta e vim assistir ao concerto para ter mais uma experiência e perspetiva musical também. E é uma coisa diferente, também não se vê todos os dias, um trio de música clássica, com piano, voz e flauta. Por isso, foi uma experiência para expandir os horizontes. Gostei muito do concerto.”
O trio é composto pela soprano Daniela Rego, Gabrielle Silva, franco portuguesa na flauta e a lituana, Aušra Bernatavičūité, mas que fez de Bragança a sua casa. Conta que já é a segunda vez que atua em Macedo:
“Para ser sincera, nós gostámos muito de tocar aqui. É a segunda vez com o nosso trio. Somos sempre bem acolhidas, pelo senhor presidente e Benjamim Rodrigues e Antónia Morais, a programadora cultural.. Tive que tocar no piano eletrónico e não foi fácil. Com um piano de cauda seria um outro nível. Também tenho pena que não haja assim tanto público. Não sei, mas se calhar falta fazer mais publicidade”.
O trio está junto desde janeiro de 2024 e já encantou o Auditório do Conservatório de Música e Dança de Bragança e na Casa das Artes do Porto. A flautista Gabrielle Silva salientou que ainda há muitos passos a dar no ensino de musica clássica no distrito de Bragança:
“Macedo e Bragança, sim. A nível de conservatórios, mesmo no de Bragança que ainda falta muito por desenvolver. Faltam muitos instrumentos para abrir, comparados a outros conservatórios do país. Praticamente, os outros têm todos os instrumentos, e em Bragança só tem alguns. Macedo nem se fala que nem conservatório tem. Isso ira ajudar com que as bandas evoluíssem, porque se tivessem escolas oficias com ensino, as crianças iriam ficar mais instruidas e automaticamente, o nível das bandas iria evoluir e iríamos ter um nível igual ou quiçá superior, ao que temos no litoral. Basta ir ao litoral ver as bandas que nós temos no Porto ou em Braga, ou Vila Real aqui ao lado. E é uma pena porque há muitas bandas, e que em Macedo também sei que são boas, mas penso que se tivessem professores oficiais seria muito melhor”.
O recital com o nome “Les Sentiers de L’amour”, contou com obras de compositores como André Gretry, Camille Saint-Saëns, Léo Delibes, Louis Ganne, Reynaldo Hahn, André Caplet, Philippe Gaubert, Francis Poulenc e Cécile Chaminade. O próximo concerto vai ser no Museu Romântico no Porto, a 28 de junho.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE
Oiça a peça aqui: https://ondalivrefm.net/olfm/wp-content/uploads/2025/05/peca-final-trio.mp3






