Investigação do AquaValor resulta em dois novos produtos: uma água micelar e um elixir oral

As investigações do AquaValor, sediado em Chaves, já deram frutos. Brevemente, vão ser lançados dois produtos diferenciadores no mercado que levam na sua composição água termal de Chaves.

Estes dois produtos surgem no âmbito do projeto Aquae Vitae, que se subdivide em quatros linhas diferenciadoras de investigação: saúde e bem estar, alimentos funcionais, cosmética, e ainda recursos hídricos minerais.

A novidade foi transmitida no seminário Aqua Summit, que decorreu em Macedo de Cavaleiros, integrado na Feira de São Pedro, por duas investigadoras deste centro de investigação.

Com cerca de 4 anos e meio de vida, o AquaValor prepara-se para lançar no mercado uma água micelar direcionada para mulheres, resultado do segmento de estudos, no âmbito da saúde e cosmética, como explicou a investigadora, Juliana Garcia, especializada em ciências farmacêuticas:

“Portanto, este é um novo projeto e piloto, La Caixa, que se designa Therm for Skin, e que visou o desenvolvimento de produtos para uma faixa etária específica. Estamos a falar de uma faixa etária das mulheres peri e menopáusicas. Neste momento estamos em fase final de lançamento do produto. Estamos a desenvolver uma água micelar que visa responder a estas necessidades específicas destas mulheres nesta faixa etária específica, e que brevemente daremos notícia. Lançaremos este novo produto no mercado, juntamente com uma empresa que ficarão a conhecer dentro em breve.”

Este produto está perspetivado chegar ao mercado em outubro. Outro produto que vai ser colocado à disposição do público, será um elixir oral à base de água termal, com adianta a mesma investigadora, em dezembro deste ano:

“Também temos neste momento temos uma patente submetida a nível nacional. Provamos que as águas termais têm efeito na nossa saúde oral, ou seja, previnem o desenvolvimento de cáries e isso faz com que possam vir a ser implementadas em formulações em elixires orais. Também estamos a desenvolver esses elixires, juntamente com outra empresa e pretendemos lançar no mercado um elixir oral com as nossas águas termais.”

Também um dos projetos que este centro tem em curso é o uso das águas termais na gastronomia e por isso, no ano passado, em abril, foi apresentado o projeto do Aquae Vitae, como frisou Rafaela Guimarães, química, com a criação de um pão e diversas receitas:

“Desse projeto saiu, na linha dos alimentos funcionais e nutracêuticos, a formulação de um pão com água termal e um portfólio gastronómico que foi desenvolvido por chefs como a Justa Nobre, o Rui Mota, Renato Cunha e Vítor Cunha. Esse portfólio tinha como objetivo integrar este produto endógeno da região água termal, nos cardápios dos restaurantes, que é agora o nosso passo, em que nós temos disponível um regulamento para poder adotar estas receitas e poderem ser diferenciadores, além de outros recursos endógenos que já existem na região. Ou seja, produtos alimentares com água termal incorporada, serem também uma identidade da região.”

E dá conta de quais são os benefícios do uso de água termal, havendo ganhos para a saúde, no paladar e na “cor viva” dos vegetais, porque os minerais da água termal protegem a clorofila:

“Nós desenvolvemos esses produtos porque verificamos que as águas termais tinham propriedades químicas e microbiológicas que poderiam ser introduzidas nos pratos confecionados e trazer benefícios ao próprio consumidor. Porque as águas termais são ricas em minerais. Verificamos também que elas diminuem o teor de hidratos de carbono, o valor energético em relação às águas de consumo humano e, além disso, aumentam a concentração de nutrientes presentes nos pratos desenvolvidos.”

O AquaValor – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água é o líder de consórcio deste projeto, em conjunto com o Centro de Investigação de Montanha (CIMO), o Centro de Investigação em Digitalização e Robótica Inteligente (CeDRI) a Universidade da Beira Interior (UBI), a Terra, Ambiente e Recursos Hídricos (TARH) e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

O projeto teve um investimento de 629 mil euros, com um financiamento de 504 mil euros da Fundação “La Caixa”.

Recentemente, o AquaValor foi distinguido pela CCDR NORTE com uma menção honrosa, entre os 31 projetos finalistas, mais inovadores, sustentáveis e inclusivos da região Norte.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE
Jornalista: Maria João Canadas