MEL LAMELLONGA

Produção de mel teve quebras na ordem dos 80%

As alterações climáticas, incêndios e espécies invasoras continuam a ser as principais razões que levam a esta quebra de produção.

Alguns apicultores continuam com quebras na produção, na ordem dos 80 %. Esta foi uma das garantias dadas por um, que faz desta a sua atividade principal, há cerca de 10 anos, com uma empresa familiar, localizada em Lamalonga, no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Luís Romão, de 41 anos, garante que este ano apesar de uma boa floração, com bons registos de humidade, e com uma primavera que prometia ser muito boa, registou baixas de 80%:

“Eu tive baixas em termos de colmeias, em 80%. Já em termos de produção relativamente às colmeias que tive, tive uma média de 15 Kg por colmeia de produção.”

Esta diminuição da produção também é ditada pelas mudanças do clima. E os incêndios e a destruição da biodiversidade são também as principais causas para esta diminuição acentuada de produção.

Também acrescentou apesar de cada vez mais haver apoios do governo, para a produção estes não são suficientes e por isso este sector precisa de mais e ainda de mais fiscalização:

“Temos tido algumas dificuldades, como este ano que passou. Tivemos todos muitas falhas. Não falo só por mim, mas por todos os apicultores em geral. Tivemos muitas falhas na apicultura. Tivemos muitas baixas, por causa da vespa asiática e da broa, a vespa crabro. Os fatores todos juntos, e as doenças. Estes fatores todos juntos fazem com que tenhamos tido muitas baixas. Apesar de ter sido uma boa primavera, com muita humidade e floração, mas não tínhamos abelhas a trabalhar para nós.”

No entanto, nem tudo é mau, uma vez que Luís Romão, arrecadou dois prémios, recentemente, no Concurso Nacional de Mel deste ano. O mel, cuja marca comercial, é Lamellonga, ganhou a medalha de ouro, no mel rosmaninho, e de prata no mel multifloral, quando foi a primeira vez que concorreu, um reconhecimento que o deixa orgulhoso do seu trabalho:

“Este reconhecimento deixa-me com um bom sorriso na cara, e é mais um reconhecimento do nosso trabalho. Gostamos de o ver reconhecido. Apesar de sermos tratadores de abelhas. Elas é que nos dão a nossa riqueza, que é o mel. É o nosso açúcar natural que temos, que podemos consumir, e que nos traz tantos benefícios a nível de saúde. As pessoas, na sua generalidade não conhecem e é isso que nós tentamos divulgar.”

Os prémios foram entregues e conhecidos na Feira Nacional da Agricultura de Santarém, que decorreu a 11 de junho, no concurso que é uma iniciativa da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) em parceria com o CNEMA e a Feira Nacional de Agricultura.