Venda de lã continua a ser um problema para os produtores que possuem stocks de vários anos

Os criadores de gado continuam a braços com um problema, que não é novo. Trata-se do escoamento da lã. Esta continua a ser uma das preocupações que tem assolado os criadores da região, um pouco por todo o lado.

Esta mesma dificuldade foi manifestada por Arménio Vaz, proprietário de 400 cabeças de gado, de Avidagos, no concelho de Mirandela, e que também detém o cargo de Presidente de Junta da União de Freguesias de Avidagos, Navalho e Pereira, que assegura que continua com um problema grave de armazenamento de vários anos:

“A lã do ano passado continua armazenada. E já temos lã dos nossos animais de há vários anos”.

E também na qualidade de Presidente de Junta já levou o assunto para ser debatido, numa Assembleia Municipal de Mirandela:

“Eu como Presidente da Junta já levei esse assunto à Assembleia Municipal, porque nós temos uma fábrica de lãs sediada no Cachão, e eu próprio não consigo entender como é que se tem uma fábrica no concelho e essa mesma fábrica vai comprar esta matéria prima a Espanha e deixa a nossa do concelho de lado.”

Também outra produtora Soledade Teixeira, que tem já poucos efetivos, natural dos Passos do mesmo concelho de Mirandela, garante que o escoamento é um problema, sobretudo pelo dinheiro, que pagam pela lã:

“Nós agora também temos poucas ovelhas, e a raça que temos não é da que tem a lã maior, é da curtinha, e por isso, não vendemos. Mas sabemos que é difícil, escoar, sim. Não é nada como era antigamente, que todos andavam à procura de lã. E quando procuram pagam muito pouco.”

A lã deixou de ter valor no mercado, uma vez que esta a ser substituída por materiais sintéticos.