O presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, José Meneses, considera “inaceitável” e está “indignado” com a falta de convocatória para as reuniões em desta quinta-feira em Sernancelhe e Trancoso.
O presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo considera “inaceitável” e está indignado por não ter sido convidado para a reunião de trabalho que decorreu em Sernancelhe, esta quinta-feira, para avaliar os impactos dos incêndios florestais dos últimos dias.
José Meneses, autarca de Moncorvo, que também faz parte da Comunidade Intermunicipal do Douro, quer acreditar que as preocupações são transversais a todos, tal como os apoios:
“É com indignação. Eu, por acaso, tive acesso informativo também de um jornal online, onde vi, de facto, alguns colegas presidentes de câmara e, de facto, fiquei indignado porque é que não fomos também convocados para essa reunião de trabalho.
Quero acreditar que as preocupações são comuns e transversais a todos. Também quero acreditar que os apoios resultantes destas reuniões que irão sair também são transversais a todos os afetados. Apesar do incêndio, ter tido a ignição em Freixo de Espada à Cinta, mas depois atingiu duas freguesias de Moncorvo, nomeadamente Carviçais e Mós. Carviçais ardeu quase 80% da área, ou seja, estamos a falar quase de 5 mil hectares, o que já é uma área muito considerável.”
O autarca reitera que o concelho de Torre de Moncorvo, sobretudo, as freguesias de Mós e Carviçais foram fortemente atingidas. Em Carviçais oitenta por cento do território foi dizimado:
“Houve pessoas em risco. Teve que ser evacuada a aldeia de Martim Tirado, uma anexa de Carviçais, Macieirinha e das Quintas da Estrada. Houve pessoas que tiveram prejuízos enormíssimos. Quem vive da agricultura, ficou sem um palmo de terra que não tenha ardido. E claro que a minha indignação tem que fazer sentir.”
Apesar da exclusão desta reunião de trabalho, o presidente social democrata reafirma o seu compromisso de estar sempre ao lado da população, garantindo que o Município já está no terreno a apoiar agricultores, produtores e famílias atingidas. Nesta mesma quinta feira, já foram entregues quase vinte e um mil quilos de aveia e trigo para os produtores de gado:
“O que é certo, é o município vai estar na linha da frente para apoiar todas aquelas pessoas do nosso concelho que foram afetadas. Aliás, já começámos, já estamos no terreno com o gabinete florestal, com o Radar Social, a verificar também todos os prejuízos. Contactámos todas as associações de lavoura, contactámos a ADS – (Agrupamento de Defesa Sanitária), neste caso, por causa, dos animais e dos criadores.
Hoje mesmo foram distribuídos 21 mil quilos de trigo para alimentação dos próprios animais. Tudo isto, são exemplos, de que nós vamos estar com certeza na linha da frente para apoiar os moncorvenses, neste caso as pessoas foram prejudicadas de Carviçais e de Mós. Agora, cabe ao Governo também decidir as medidas mais concretas para depois também fazer essa ajuda, porque vai ser muito necessário com certeza.”
Em Torre de Moncorvo, o fogo “levou” à sua frente cerca de 5 mil e quinhentos hectares de área, 11 mil no concelho de Freixo de Espada à Cinta, e também contou com prejuízos no concelho de Mogadouro, nomeadamente, na aldeia dos Estevais.

Fotografias: Município de Torre de Moncorvo

