Já chegaram ao terreno as primeiras ajudas aos produtores pecuários afetados pelos incêndios rurais das últimas semanas.
Numa onda solidária que envolve agricultores de todo o continente e ilhas, e, enquanto não chegam os apoios anunciados pelo governo, as associações de produtores e juntas de freguesia das áreas afetadas pelos incêndios, por intermédio da CAP, estão a fazer chegar aos produtores agropecuários e apícolas, alimento para os animais que se vem agora privados das reservas e pastos destruídos pelos fogos.
Francisco Pavão, vice-presidente da Confederação de Agricultores de Portugal, não tem tido “mãos a medir” nos últimos dias:
“Nós neste momento, estamos a fazer face aquilo que são as necessidades prementes, sobretudo das explorações pecuárias e apícolas, que têm necessidades prementes de alimentação para os animais, para que a ajuda chegue, mais rapidamente chega aqueles que precisam, não só em Trás-os-Montes, mas também na Beira, e estamos a tentar coordenar aquilo que são as ofertas de alimentação animal de outras zonas do país, para fazer suprir o que são estas necessidades. Esta é uma onda solidária que já vem de alguns anos. Temos produtores, que no ano passado, infelizmente, que sofreram incêndios, e que este ano, não sofreram e este ano estão a ajudar os produtores. Os animais necessitam de comer todos os dias e este ano, não têm pasto. E esta onda solidária, é muito importante, porque demonstra que os agricultores são solidários entre pares.”
À associação nacional de caprinicultores de raça serrana, já chegou o primeiro de vários carregamentos de alimento para animais esperados para os próximos dias. João Silva, Presidente da ANCRAS tem também dado uma ajuda no que toca ao levantamento no terreno, de quais os produtores, associados ou não, com necessidades imediatas:
“Nós estamos a trabalhar em parceira, com os Municípios, Juntas de Freguesia, associações , com a CAP, mediante a alimentação animal. Já temos associações que já disponibilizaram alimento que vamos começar a entregar.”
Uma ajuda importante para quem, do nada, viu serem destruídas centenas de hectares de pastagens e que, no imediato, precisa de soluções para alimentar os animais das suas explorações.
André Geraldo, presidenta da união de freguesias de Freixeda e Vila Verde, também ele produtor agropecuário numa das áreas mais fustigadas pelo incêndio de Mirandela, recorda as horas de aflição vividas por si e pelos seus fregueses. Por estas paragens, o fogo não deixou ninguém sem prejuízos:
“Toda a população foi afetada transversalmente, mais até em Vila Verde, onde há mais produtores. Essa ajuda é muito importante, pois até chegar o outono, e sem que os pastos comecem a “rebentar”, há pessoas que ficam debilitadas, sem reservas para os animais.”
De uma associação de Póvoa de Varzim já chegaram três toneladas e meia de milho na passada sexta-feira. Esta quarta chegam mais 15 toneladas de palha, vinda de uma exploração de Grândola, no Alentejo. A onda solidária entre agricultores não pára. Vai aliviando as dores de quem perdeu, em minutos, por vezes anos de esforço.
INFORMAÇÃO CIR (Escrito por Rádio Terra Quente)

