“É urgente usar a água do Lagos do Sabor para Regadio” defende um produtor de azeite da região transmontana

Um produtor de azeite de Alfandega da Fé, defende a importância e a urgência de usar os Lagos do Sabor para regadio, para ter uma agricultura sustentável e economicamente rentável, nos quatro concelhos que banham esta albufeira, no concelho alfandeguense, Macedo de Cavaleiros, Torre de Moncorvo e Mogadouro.

Depois de ouvir os olivicultores quanto aos efeitos da recente chuva, foi deixada uma revindicação antiga, que parte de uma fotografia, em que se exibe uma azeitona criada com água e outra de sequeiro. No mesmo retrato, a azeitona de regadio está maior, com o dobro do tamanho, e apresenta uma boa coloração. Já a de sequeiro, tem metade do tamanho do outro fruto e apresenta bastante estrias devido à seca.

À conclusão que se chega é que, é urgente usar os Lagos do Sabor para regadio, para ter uma agricultura sustentável e economicamente rentável.

E quem o defende é Artur Aragão, de Alfândega da Fé, que é agricultor, mas também é proprietário de um lagar privado de azeite, que usa como exemplo o Alqueva e o desenvolvimento sustentável da agricultura, nesta região:

E ainda acrescenta que estas duas barragens do Sabor, do projeto do aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor (AHBS) têm que ter outras funções, não só as turísticas:

Recordamos que as duas barragens deste projeto, compreendem a principal e a do Feiticeiro, que é o contraembalse da primeira, criaram um lago de 70 Km e que unem os concelhos de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo.

Esta também será uma forma de combater o inverno demográfico e que já se reflete na procura de mão-de-obra, e dá um exemplo recente:

A análise aos últimos 30 anos, demonstra uma perda de 55.193 pessoas em Trás-os-Montes, com um decréscimo de 153.826 para 98.633 habitantes, que foi particularmente pronunciado na última década, quando a região perdeu 45.297 residentes, uma diminuição de 31,3% face a 2011.

E para isso ainda destaca outro fator que é a idade média de um agricultor:

Em 2017, o então autarca de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, insistia na necessidade de os produtores poderem usar a água da barragem do Baixo Sabor para regadio, no momento que faltava ainda a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) proceder ao ordenamento da albufeira. A APA por sua vez começou, em 2017, a elaboração deste plano. Este ano, de acordo com o Despacho n.º 5677/2025, de 20 de maio, prorrogou o prazo de elaboração por um período de 15 meses.

Também os agricultores têm reclamado o uso da água para regadio, até com a ajuda da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI), que iria beneficiar cerca de 17 mil hectares de culturas.

Fotografia: DR Casa Aragão

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