A 1ª sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Mirandela aprovou, na passada sexta-feira, a constituição de uma Comissão Permanente para Acompanhamento do setor da Saúde, proposta pelo Presidente da Assembleia Municipal.
Luís Guimarães adianta que “em tempos existia, mas sem regulamento, sem suporte eficaz para funcionar e já tinha ideia de dar continuidade a uma comissão dessa natureza, mas confesso que não era para já”, admite.
No entanto, alega ter ficado sensibilizado com a sugestão avançada pelo líder da bancada AD, José Silvano, na tomada de posse dos membros da Assembleia Municipal, para que o órgão autárquico pudesse ter capacidade reivindicativa para pressionar a reabertura da Urgência de Cirurgia Geral do Hospital de Mirandela. “Perante a sugestão da bancada da AD nesse assunto, nomeadamente feita na voz do deputado José Silvano, refleti e entendi que se há essa vontade tão grande de fazer alguma coisa no nosso setor da saúde, com esta comissão teremos muitas mais possibilidades de atingir alguns objetivos”, acrescenta.
O presidente da Assembleia Municipal, eleito pelo PS, entende que uma comissão permanente pode ter um papel importante. Porque “temos representantes que, de uma forma muito mais legítima, podem ir às entidades respetivas, ou seja, à ULS, à ministra, apresentar os nossos problemas e fazermos as nossas reivindicações. De outra forma, nós ficávamos praticamente anulados, como aconteceu no passado”, explica Luís Guimarães.
Uma decisão recebida com muita satisfação por parte de José Silvano:
“Não pedi uma comissão permanente, pedi apenas uma comissão que até fosse eventual até conseguir, ou não, o objetivo de a urgência poder reabrir. O Sr. Presidente, na altura, dizia que isso não podia ser, agora ainda bem que reconheceu que pode ser e até foi mais longe, criou uma permanente e durante o tempo que for necessário”, diz.
O antigo presidente da Câmara de Mirandela não tem dúvidas que esta comissão pode ter um papel decisivo na capacidade reivindicativa junto da ULS do Nordeste e da própria Ministra da Saúde para que a reabertura da Urgência de Cirurgia Geral, encerrada, em outubro de 2023, venha a ser uma realidade. “Penso que no fim do ano, pode ou não pode mudar a ULS, ou ficarem os mesmos renovados, e é preciso ter logo uma reunião com a ULS nessa altura e com a Ministra, porque já a vi em outros sítios, resolver estes problemas pontuais, porque a urgência de Mirandela não é difícil de resolver se a ministra estiver de acordo em financiar um cirurgião, para estar ali no tempo permanente, ou fazer um acordo com os privados sobre essa matéria, ou ela própria arranjar, nós temos de ter a urgência médico-cirúrgica aberta”, reafirma.
E José Silvano espera que a reabertura daquela valência aconteça no prazo de um ano. “Se não conseguirmos, também dizemos aos mirandelenses, que não se consegue, o Governo não consegue fazer isto, e nós não podemos estar satisfeitos com o Governo que não satisfaz isto e daqui a um ano vou-me embora disto”, assegura.
Para aquele que foi o presidente do Município de Mirandela durante 16 anos, não há dúvidas que a administração da ULS do Nordeste “tem prejudicado imenso a população mirandelense, porque se houvesse boa vontade, podíamos ter cá um cirurgião a tempo inteiro e ter a urgência de cirurgia geral a funcionar”, conclui.
A Comissão Permanente da Assembleia Municipal para Acompanhamento do setor da Saúde vai integrar representantes de todas as forças políticas e movimentos independentes eleitos para aquele órgão autárquico nas eleições de 12 de outubro.
Esta Comissão, aprovada por unanimidade, vai reunir, pelo menos, três vezes por ano.
INFORMAÇÃO CIR (Escrito e fotografia por Rádio Terra Quente)

