Arrancam hoje as II Jornadas Sub da ULSNE com o objetivo de debater os desafios dos profissionais de saúde

Hoje vai começar a II edição das Jornadas dos Sub (Serviço de Emergência Básica) da ULSNE (Unidade Local de Saúde do Nordeste), no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.

Esta segunda edição conta já com quase uma centena e meia de inscrições de profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros.

O objetivo das jornadas é dar a conhecer as duas realidades destes dois serviços que existem em Macedo de Cavaleiros e em Mogadouro, como destacou Celeste Guedes, médica de medicina interna, responsável do serviço de medicina do hospital macedense e que também faz parte da organização:

“No fundo, o objetivo é conhecermos entre nós, Macedo de Mogadouro, que às vezes também desconhecemos a realidade exata de cada SUB e por outro lado, acaba de ser também uma maneira de pessoas do exterior que vêm cá dar também o seu contributo, na área dos síndromes coronárias agudas, AVC e de sépsis.

Por um lado, aprendermos com profissionais que vêm do exterior e também para eles terem a oportunidade de conhecerem a realidade do nordeste transmontano. Para além disso, também será um momento para discutirmos os problemas que às vezes nós também assistimos no transporte de doentes, para unidades mais diferenciadas e da articulação entre unidades da própria ULSNE, e da mesma para outras unidades mais diferenciadas”.

No entanto, salienta que as principiais dificuldades que enfrentam são a falta de recursos humanos e as longas distâncias de transportes de doentes:

“Como em muitos sítios, nós temos falta de recursos humanos, e depois temos unidades mais diferenciadas, para onde temos que transferir doentes, que em termos de proximidade não são próximos, como noutras regiões em que temos unidades que ficam a cerca de 20 minutos de distância. Porque muitas vezes nós temos que transferir doentes para Vila Real, que em termos de transporte de ambulância fica a cerca de 55 minutos. Temos que transportar para o Porto, que aí falamos numa hora e 40 minutos no mínimo. Estamos a falar de transportes por via terrestre. E isto colocamos-nos problemas, porque a partir do momento em que seja algum doente que precise de acompanhamento de enfermagem ou de médico, vai-nos desfalcar a urgência. Em medicina interna só temos um médico, e depois temos dois médicos de clínica geral. Muitas vezes estes transportes, por não serem tão próximos, vão retirar elementos da urgência, durante um período longo de tempo”.

Estes assuntos vão ser debatidos e ser objeto de reflexão. Mas as jornadas também constituem uma forma de aproximação entre os profissionais de saúde, acrescenta a médica interna:

“Depois penso que é importante, às vezes nós conhecermos os colegas para onde se transferem os doentes, porque vem um colega de cardiologia de Vila Real e o médico António Carneiro, que é do Hospital da Luz neste momento, mas que era do Hospital de Santo António, só para dar alguns exemplos. No fundo, vamos conhecer outros profissionais, doutros hospitais mais diferenciados, com que podemos ter alguma proximidade. Nós habitualmente, só falamos pelo telefone, ou só ouvimos falar. Por vezes é muito mais importante conhecermos pessoalmente, para facilitar as comunicações futuras”.

As Jornadas acontecem hoje e amanhã. Hoje vão decorrer vários workshops e apresentação de vários posters. Já na sexta-feira, vão ser apresentadas as realidades da SUB de Mogadouro e Macedo de Cavaleiros e também diversas palestras com profissionais de referência na área da saúde.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE