Cereja de Bornes voltou a ser rainha na VIII Feira, que apesar da quebra de produção apresenta ainda muita qualidade

São os produtores que garantem que a qualidade esteve garantida. Os últimos dias quentes ajudaram a recuperar alguma da produção.

A cereja voltou a ser rainha este fim de semana em Bornes, no concelho de Macedo de Cavaleiros, na oitava edição da feira que enaltece este fruto.

A qualidade como, habitualmente, esteve garantida. Apesar de alguma quebra na produção, como explicou Luciana Silva, jovem de 26 anos, que ajuda os pais neste certame, produtores de cereja há quase duas décadas:


“Apesar do atraso, de cerca de 20 dias por causa do tempo, com muita chuva e frio, mas como se pode ver a qualidade mantém-se e felizmente com o calor está a recuperar e estamos a conseguir ter cereja de qualidade”.

Qualidade não faltou e o famoso fruto desta localidade destaca-se das outras, partilhou Fernando Canha, produtor de cereja há 7 anos:


“É, a nossa cereja é diferente, desculpem-me os outros, mas a nossa cereja, dos ares da serra é diferente. A nossa é mais doce, tem um brilho diferente e é mais natural do que noutros sítios”.

Características únicas que fazem toda a diferença, mas não só, explicam aqueles que a produzem:

“É doce, é saborosa e é de boa qualidade. E a forma também como é escolhida, porque nem toda a cereja e apesar da quebra que houve. O facto de alguma estar estragada, nós temos o cuidado de a escolher e as pessoas não têm ideia da quantidade de cereja que vai para o lixo para conseguirmos ter esta qualidade no produto final”.


A cereja de Bornes é já motivo de atração de visitantes à freguesia. Prova disso, é Pedro Rodrigues que veio acompanhado pela esposa, veio até à aldeia pela primeira vez, porque ouviu falar do fruto típico desta terra:


“Levo aqui as cerejas do Luciano, que tem muita fama e que logo me disseram que eram as “cerejas”. Já provei as do Luciano, aliás já provámos, e são deliciosas. É a primeira vez, nem sabíamos que Bornes já teria dimensão para ter uma feira e muito menos da cereja. E portanto estamos surpreendidos.”

Já os filhos da terra também fizeram questão de marcar presença, como foi o caso de Alda Morais, emigrada na Suíça há mais de 39 anos, e de Júlio Panda, que também se encontra atualmente fora


“É o segundo ano que venho propositadamente da Suíça, porque gosto da minha aldeia, adoro a minha aldeia. Cada ano está diferente, está cada vez melhor. Já provei a cereja e é muito boa.


“Hoje vim a visitar a minha aldeia, nasci e fui criado aqui, e normalmente não temos oportunidade de estar porque estamos no estrangeiro. Só este ano é que viemos visitar também como os nossos amigos. Eu acho muito bem, os nossos produtos, muita animação, e acaba por ser um reencontro”.


O balanço da oitava edição da feira da cereja é positivo, pelo menos para aqueles que ali venderam o fruto, explica o presidente da Junta de Freguesia, Júlio Quintela:

“O balanço é positivo, há mais expositores do que nos outros anos, mas é como também se nota é um bocado ao fim do mês, as pessoas também têm pouco dinheiro. Este ano, se calhar a nível financeiro das barraquinhas que queriam fazer mais alguma coisa não fizeram tanto negócio. Os nossos visitantes vêm mais para a cereja, mas nós temos outros expositores noutras áreas que não estão a ter um bocado de benefício. A Junta de Freguesia tenta ajudar no que pode, mas é diferente. Tivemos em mostra vários produtos, desde artesanato, mel, fumeiro, queijos. Apesar de a cereja ser o principal da feira, porque tem muita fama”.


O autarca de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, também salientou o impacto que este fruto traz para a economia do concelho:

“Bornes é, de facto, um exemplo de boa produção, e que tem impacto na economia do nosso concelho e esta é a primeira feira da cereja. Nós temos uma na zona alta e temos outra em Lamas.
Portanto, a cereja tem, nesta altura do ano, um grande impacto económico, na economia rural.
Podemos dizer que estamos mais um ano de parabéns com estes dois eventos”.

Ainda por Bornes, e no âmbito do programa da VIII feira da Cereja, este domingo foi inaugurada uma rotunda e o largo de Santa Luzia. A primeira contou com um investimento de cerca de 22 mil euros, já o largo em quase 300 mil euros, como explica o presidente da junta de freguesia de Bornes, Júlio Quintela:

“As obras incidiram não só no largo, mas também na alteração da canalização da água subterrânea e o muro de suporte do vizinho, que não estava idealizado no primeiro projeto. E houve aí umas alterações”.


O presidente desta localidade reforça a importância da reabilitação deste espaço:


“Por exemplo, quando comemorávamos a festa ao fim de ano, não tínhamos este espaço, não tínhamos lugar para um conjunto ou uma orquestra. O largo era muito pequeno e por isso, era insuficiente. Agora, vamos lhe dar outra utilidade e outra visão”.

O autarca de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, que marcou presença na inauguração destaca a necessidade de dar uma nova vida a este largo onde decorreu, este ano a feira da cereja de Bornes.

“São de facto duas estruturas muito importantes. O Largo de Santa Luzia tem agora dignidade, com um espaço amplo, com equipamento urbano de qualidade e que permite todo o tipo de eventos com segurança. Quanto à rotunda, podemos chamar “Rotunda do Veado” é uma infraestrutura, muito bonita e identifica este animal, que simboliza a serra e a natureza”.

Bornes, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, conta agora com dois novos espaços.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE