O Douro mantém esperança de que a reativação do troço da linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d’Alva, encerrado em 1988, será uma realidade nos próximos anos.
A esperança foi manifestada, ontem, em Carrazeda e Ansiães, à margem de uma reunião da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte com a Comunidade Intermunicipal do Douro.
No encontro foi apresentado o estudo prévio desenvolvido pela Infraestruturas de Portugal.
O presidente da CIM-Douro, Luís Machado, disse que os autarcas estão confortáveis com o trabalho feito:
“O estudo prévio já está em andamento, portanto, hoje já foi apresentado todo esse trabalho. Temos o troço Marco- Régua que está ligeiramente atrasado, porque houve problemas com o empreiteiro que, entretanto, também não conseguiram cumprir os contratos. Depois há a linha Régua-Pocinho e, em simultâneo, Pocinho-Barca d’Alva. Portanto, como eu diria, nós estamos muito confortáveis, pela primeira vez sentimos e estamos a ver que, de facto, está a ser trabalho feito e, principalmente, está a ser feito investimento na nossa linha.”
O presidente da CCDR-Norte, António Cunha, também se mostrou confiante:
“A questão do estudo de Barca d’Alva é que, de facto, é um grande avanço. Portanto, como estava prometido e que é um dos projetos que avançou fundamentalmente por uma grande voz dos municípios do Douro, que lutaram muito para que isso acontecesse. É razão para, pelo menos, ter muita mais confiança porque as coisas estão a avançar e dizer que aquele estudo prova que há todas as condições para fazer aquela linha. Os estudos às vezes podem trazer surpresas.”
Na reunião realizada em Carrazeda de Ansiães foi feito o ponto de situação da execução de programas comunitários em curso.
António Cunha destacou que estão a ser investimentos no Douro mais de 500 milhões de euros em projetos de várias áreas:
“Muitos projetos, nomeadamente no âmbito do PT 2030, ligados à hotelaria, no Douro, projetos de hotelaria de grande qualidade. Mas também temos projetos ligados à inovação, nomeadamente um projeto importante na UTAD. Projetos ligados a questões ambientais, nomeadamente nas bacias hidrográficas e projetos associados à questão dos leitos de cheias, nomeadamente na Régua.
Portanto, os projetos são muito diversos.”
O presidente da CIM-Douro, Luís Machado, acrescentou a grande dificuldade para conseguir concretizar os investimentos:
“Nós estamos com muita dificuldade de mão-de-obra, e em empresas capacitadas para concretizar estes nossos projetos, e aproveito para alertar todos que este é uma situação que nos ultrapassa. Nós temos municípios que já abriram concursos três a quatro vezes, que em média estão a aumentar em 40% o custo do projeto, e mesmo assim a ficar deserto. Temos outro problema que são os prazos. Portanto, nós estamos numa situação muito difícil, que muitas das vezes é imputada aos seus presidentes de câmara e que não é verdade. Porque todos nós fazemos o melhor que sabemos para de facto os irmos concretizando.”
As dificuldades dos autarcas do Douro para cumprir prazos apertados da execução de obras, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030.
INFORMAÇÃO CIR ( Escrito por Rádio Ansiães)