Incêndios: Território de Vila Flor com dois mil hectares de área ardida

Também o concelho de Vila Flor foi assolado pelo incêndio, neste caso, o que começou em Mirandela, no passado domingo. Cerca de 1% do território do concelho foi devastado, levando consigo, área florestal e mato, mas também culturas muito importantes, para o território, entre elas, olival, amendoal, vinha e pomares, com prejuízos avultados.

Dados preliminares indicam que no município de Vila Flor a área ardida é de cerca de dois mil hectares, nas aldeias da Trindade, Valbom, Macedinho, Benlhevai, Vale Frechoso, Santa Comba da Vilariça, Assares e Lodões.

Pedro Lima, o presidente da câmara, explicou que o mecanismo de ajuda mais urgente é destinado aos produtores agro-pecuários:

“Está relacionado com a pecuária. O contacto já começou a ser feito, hoje mesmo, com os produtores, para saber da real situação no que concerne, à disponibilidade de alimentação para o gado. E queremos no dia de amanhã (sexta-feira), iniciar a distribuição, de alimentação para o gado, nomeadamente de trigo, aveia, e alimentação com mais conteúdo energético, ervilhaca para repor as energias dos animais.”

O autarca contou que o Município está a trabalhar através do gabinete de agricultura para auxiliar os agricultores, produtores de gado e população atingida:

“A nossa equipa de SIG está a realizar o levantamento deste perímetro, naquilo que é o ortofotomapa, que tem as parcelas georreferenciadas agrícolas para conseguir chegar às que foram afetadas pelo incêndio, que estão dentro desse perímetro, aguardando as medidas que o governo irá anunciar hoje à noite, podermos auxiliar, através do nosso gabinete de agricultura, com os dois nossos engenheiros agrícolas, conseguirmos auxiliar os nossos agricultores, para que possam recorrer às medidas que estão para ser anunciadas. A medida que existe e tem sido veiculada na comunicação social, que vai até 10 mil euros de perdas. É uma candidatura levada a cabo pela CCDR. O município vai servir de elo de ligação, para com os agricultores e os proprietários.”

O autarca está preocupado porque também o potencial produtivo foi comprometido:

“Deveríamos ter medidas para restabelecer o potencial produtivo, que foi evidentemente comprometido, por estes incêndios. Ou seja, o agricultor, que iria fazer uma colheita da vindima, que imagine, está aí à porta, não vai ter uvas, nem videiras. Portanto, precisa de ser apoiado, para poder replantar. Poder arrancar e replantar. Tal e qual, o mesmo se passa com a amêndoa. A breve trecho estará a ser colhida. E depois vem a azeitona. E o mesmo se passa, com a fruta, que está no auge da produção. É o que me preocupa.”

O Município está empenhado em trabalhar em articulação com a CCDR -N e os Serviços Regionais do Ministério da Agricultura e Mar.

Na próxima semana, estarão disponíveis os formulários de candidatura para receber os apoios, que terão de ser entregues às Câmaras Municipais.

Fotografias_ Agricultor Vitor Gomes