Começa hoje o julgamento do caso de Nélida Guerreiro e Sidney Martins, conhecidos como “Bonnie & Clyde” portugueses acusados de triplo homicídio, um caso que remonta a 2022, em Donai, Bragança.
O Ministério Público de Bragança acusou o homem de 45 anos e a mulher de 43 anos, que estão detidos, em prisão preventiva, pelos três homicídios, nomeadamente de uma família, uma mulher o marido e o filho desta.
O MP considerou que a arguida tinha uma relação amorosa com a vítima mais nova, que se dedicava a tráfico de droga, embora vivesse com o arguido em Bragança. Os dois eram consumidores e elaboraram um plano para assaltar a casa, com objetivo no produto estupefaciente e dinheiro ou outros valores existentes existentes na residência.
O casal foi acusado de dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de profanação de cadáver na forma tentada, um crime de incêndio e um crime de furto qualificado na forma tentada.
Sidney Martins também está acusado de mais um crime de homicídio qualificado e de um crime de ofensa à integridade física qualificada.
De acordo com o Jornal de Notícias, no passado dia 9 de Julho de 2022, o arguido terá ido a casa do casal de Donai e matou a mulher de 66 anos e mãe das vítimas que morreram passado dez dias.
O arguido, ao saber que o filho não estava, “introduziu-se no interior do logradouro da residência” e ao ser surpreendido pela mulher, atingiu-a com 10 facadas, na face, pescoço, tórax e abdómen, provocando-lhe a morte.
O marido da vítima de 69 anos, alertado pelo alarido, foi perceber o que se passava e ainda foi ferido, com um golpe na cara, e colocou-se em fuga.
Passado 10 dias, com vista a eliminarem provas e testemunhas do homicídio e apropriarem-se de droga e de dinheiro, Sidney regressou à casa da família. Naquele momento, a arguida já lá estava, com a vítima com a qual mantinha uma relação. Os arguidos, “conjuntamente e sempre em conjunção de esforços e intenções”, munidos de facas, desferiram 17 golpes no corpo da vítima. Os ferimentos na cabeça, face, pescoço, tórax e região lombar provocaram-lhe a morte.
Depois, a vítima mais velha, que voltou novamente a ouvir barulhos, acordou e deambulava pelo corredor. Ao tentar sair de casa, o homem foi surpreendido pelos arguidos, que também o esfaquearam. Morreu com 24 facadas, na cara, tórax e pescoço.
Após terem matado os dois homens, os arguidos atearam fogo a dois quartos da casa, com a ideia de apagar provas e se desfazerem dos corpos.
Este mesmo casal já foi condenado a nove anos de prisão por assaltos violentos em diversas estações de serviço, ocorridos neste mesmo verão de 2022, em diversos locais do Algarve e no Fundão.
O casal foi detido em Zamora, a 13 de agosto de 2022, depois de denúncia um cidadão os reconhecer e alertar a Guardia Civil. Os suspeitos jantavam no interior de um veículo que tinham roubado em Madrid, e foram presos sem oferecer resistência.