Um sócio e um elemento dos órgãos sociais da direção do Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros acusam o presidente, Diogo Costa, de falta de transparência, ocultação de dívidas, adulteração de relatórios de contas, gestão danosa e apropriação indevida de dinheiro do clube em benefício próprio. Entre as acusações, está também a realização de negócios diretos com familiares.
O sócio Rui Pacheco, que além de associado é também treinador de guarda-redes e team manager do clube, manifesta profunda indignação com a situação financeira e denuncia que, desde a tomada de posse da atual direção, eleita a 30 de maio e empossada a 22 de julho, a gestão tem sido feita de forma danosa, colocando em causa o futuro do clube, que poderá enfrentar uma situação de falência técnica. Afirma que a gestão é conduzida de forma ditatorial, sem qualquer justificação para os gastos:
Já Pedro Mila, secretário da direção, conta que, devido ao clima de desconfiança já instalado, foram verificados extratos bancários que revelam transferências para a conta pessoal do presidente do clube, e que existe um buraco financeiro superior a 20 mil euros:
Segundo os denunciantes, na última apresentação do relatório de contas foi apresentado um saldo de 12 mil euros, quando na realidade a conta tinha apenas 4 mil euros, como acrescenta Rui Pacheco:
As acusações vão mais longe: os dois elementos denunciam ainda a direção do clube por alegado auxílio à imigração ilegal, através do recrutamento de atletas estrangeiros — seis brasileiros e dois nigerianos — que, segundo os testemunhos recolhidos, chegam a Macedo de Cavaleiros com contratos-promessa e efetuam pagamentos diretos ao presidente, ficando este responsável por garantir alojamento e alimentação:
Além destas acusações, é também questionada a gestão das contas do bar das Piscinas Municipais, referentes ao ano anterior.
Todos estes factos foram já denunciados ao Ministério Público, através de uma queixa-crime, estando a Polícia Judiciária a investigar o caso. Segundo os denunciantes, há cerca de três semanas a PJ esteve nas instalações do clube. Referem ainda que dois elementos dos corpos sociais já apresentaram a demissão.
A Rádio Onda Livre contactou o presidente do clube, Diogo Costa, que se mostrou manifestamente surpreendido com as questões levantadas, afirmando veementemente que desconhecia qualquer situação e que estava, naquele momento, a tomar conhecimento das acusações:
O dirigente acrescentou que está de consciência tranquila:
Na passada sexta-feira, a Rádio Onda Livre contactou também o presidente da Assembleia-Geral, Rui Figueiredo, que confirmou ter recebido queixas internas indicando “que algo não estava bem” no seio do clube. Confirmou ainda a demissão de dois membros dos órgãos sociais e a necessidade de convocar uma assembleia-geral de sócios:
A assembleia-geral ordinária de sócios está marcada para o dia 7 de novembro, às 21h00, com o objetivo de avaliar a situação financeira e administrativa do clube.
De acordo com os estatutos, todos os documentos financeiros devem ser assinados por três membros da direção, e o presidente é obrigado a facultar ao conselho fiscal o exame das contas relativas à atividade do clube.

