O Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, no passado sábado, transformou-se numa casa de fado. Um fado da terra, feito por músicos da nossa região que, reunidos em palco, prestaram um tributo profundo e intimista a Carlos do Carmo, um dos maiores nomes da música portuguesa.
A sala encheu-se de silêncio, emoção e respeito. E logo ali se percebeu que este tributo era mais do que um espetáculo. Era uma homenagem de alma.
O grupo é formado por músicos transmontanos que têm no fado um ponto de encontro e em Carlos do Carmo uma inspiração comum. O vocalista Nuno Fernandes resume assim a essência deste projeto:
A seleção dos temas, o rigor musical e o cuidado com a narrativa mostram que este é um trabalho mais profundo do que simplesmente cantar. É estudo, dedicação e respeito. Nuno Fernandes explica essa exigência:
Ao lado da voz, a guitarra portuguesa brilhou com intensidade, conduzida por Jorge Pires, um dos poucos guitarristas de fado da região.
Sobre como este instrumento entrou na sua vida, o músico diz:
E foi também Jorge quem explicou porque sentiram necessidade de criar este tributo e apresentá-lo sobretudo em Trás-os-Montes:
O público correspondeu. A cada solo de guitarra portuguesa, a cada pausa dramática da voz e a cada poema que atravessou a sala, sentiu-se a força da música e a memória viva de Carlos do Carmo.
O grupo é composto por músicos naturais de Bragança. Nuno Fernandes na voz, Jorge Pires na guitarra portuguesa, Paulo Dias na viola e João Diegues no baixo. São artistas da região que levam o fado para além das fronteiras transmontanas e que, nesta noite, mostraram que a identidade transmontana também sabe cantar Carlos do Carmo com alma e verdade.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE – Cátia Barreira
Oiça aqui a peça:





