João Pedro Batista tem 30 anos, é natural da aldeia de Vale de Prados, no concelho de Macedo de Cavaleiros, é jornalista de formação mas atualmente é professor e investigador na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Tem desenvolvido um trabalho que visa identificar estratégias de combate à desinformação, através de notícias falsas, com destaque também para a informação difundida durante os períodos eleitorais:
“O que investigo é o porquê de as pessoas acreditarem em notícias falsas, porque é que são tão aliciantes.
De facto, as nossas crenças políticas, o facto de gostarmos de um determinado partido e os nossos valores, muitas vezes, acabam por ser uma armadilha para a nossa cognição e levam-nos a acreditar em conteúdos que são mais favoráveis e vão mais de encontro àquilo que queremos acreditar. Os agentes da desinformação procuram isso e os públicos que, muitas vezes, estão frustradas com a sociedade. Então criam conteúdos para alimentar essas conspirações.Enquanto investigadores também podemos atuar no sentido de informar as pessoas de como devem identificar as notícias falsas, quais são os sites noticiosos credíveis e as estratégias utilizadas pelos agentes da desinformação.”
De acordo com o investigador, em Portugal ainda há muito a fazer nesse sentido:
“Nota-se que aqui em Portugal há muita dificuldade em distinguir o que é um conteúdo noticioso verdadeiro daquele que é falso. Notamos também que ainda há muito a fazer por parte da verificação de factos, em que jornalistas se dedicam a tentar demonstrar a verdade e desmascarar as informações falsas.
Ainda há muito a fazer porque as pessoas que tendem a consumir somente esses conteúdos nas redes sociais, muitas vezes não são expostas ao contraditório, à informação verdadeira.Torna-se uma missão muito complicada por parte dos investigadores mas, também, dos jornalistas. “
Este trabalho valeu-lhe a distinção internacional de Jovem Investigador do Ano pela revista científica Social Sciences, o que João Pedro Batista diz ser o reconhecimento pelo trabalho que tem desenvolvido mas também uma prova da boa investigação que é feita no nosso país:
“Foi uma surpresa que me deixou muito feliz pois é o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser feito, mais no sentido de ser desenvolvido na academia, e como eles próprios reconhecem, enquanto jovem e investigador.
Sendo também uma revista internacional é, de facto, muito gratificante.Por outro lado, também vem demonstrar que, mesmo estando em Portugal, sem recursos que alguns investigadores têm, temos capacidade e podemos fazer coisas boas, precisamos é de ter oportunidade.”
João Pedro Batista pertence à equipa de investigação do LabCom da Universidade da Beira Interior e foi agora reconhecido como Jovem Investigador do Ano pela revista científica Social Sciences.
Escrito por ONDA LIVRE