Hospital de Chaves em risco de ficar sem alguns serviços a partir de novembro

O Hospital de Chaves, que serve quase 100 mil pessoas da região do Alto Tâmega e Barroso, no distrito de Vila Real, pode ficar sem alguns serviços a partir de novembro.

A urgência pediátrica já encerrou vários dias em outubro, mas no próximo mês também poderá haver problemas nos serviços de ortopedia e de cirurgia.

O presidente da Câmara de Chaves reuniu com a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, e, apesar de bem esclarecido, saiu com a certeza de que novembro não vai ser fácil em termos de prestação de cuidados de saúde.

O autarca de Chaves, Nuno Vaz, saiu da reunião ainda mais preocupado do que entrou:

“Os nossos piores receios estão hoje como sendo possíveis.

É verdade que não nos foi dada uma resposta concreta pois foi-nos dito que até sexta-feira estão a tentar encontrar todas as soluções disponíveis, designadamente mobilização de recursos.

Estamos a falar sobretudo de médicos, no sentido de procurar encontrar soluções, quer para a pediatria, área cirúrgica e ortopedia, mas a verdade é que, percebendo nós que neste momento existe um problema de âmbito nacional, muito relacionado com a questão da recusa ao trabalho extraordinário para além das 150, parece-nos demasiado evidente que a solução não vai existir.”

Nuno Vaz não ficou com a certeza da gravidade que a situação vai ter em novembro, mas no limite o Hospital de Chaves pode ficar sem urgência médico-cirúrgica:

“Intuímos claramente que a nível da pediatria podem-se repetir com mais incidência e com mais abrangência as indisponibilidades de resposta, e a verdade é que isso também se pode colocar ao nível do serviço de ortopedia, não sabemos se também vai ter alguma incidência ao nível da residência. Se o serviço de urgência será todo suspenso ou não e também na área cirúrgica, pois não havendo esta resposta, significa que estaremos verdadeiramente sem urgência médico-cirúrgica, que sem cirurgiões será pouco mais que um espaço de resposta para consulta.

A situação é muito crítica.”

Por ser crítica, o autarca flaviense não exclui nenhuma forma de contestação:

“Pode passar por todas as manifestações possíveis numa democracia, que se faz de posições diversas, podendo traduzir-se em declarações públicas, moções, vigílias, manifestações e, portanto, todas essas hipóteses estão em cima da mesa, no sentido de que possamos expressar de forma audível e inteligível, aquilo que é a defesa do direito à saúde destas  populações.”

O presidente da Câmara de Chaves vai levar o assunto à reunião desta terça-feira da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso.

Vai ainda ser pedida uma audiência ao ministro da Saúde.

Sem serviços no Hospital de Chaves, os utentes terão de recorrer ao Hospital de Vila Real, que dista quase 70 quilómetros.

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Ansiães)