Cerca de 100 agentes da PSP e militares da GNR juntaram-se, ontem à noite, na Praça Cavaleiro Ferreira, em Bragança, numa vigília, para reclamar melhores salários. O objetivo foi ainda mostrar que estas forças de segurança também têm direito ao subsídio de missão, que foi apenas atribuído à Polícia Judiciária, explica Rui Dias, agente principal da PSP:
“Isto começa a ser a gota de água de um copo cheio de insatisfação dos agentes das forças de segurança, por várias razões, por exemplo as remunerações, neste momento, somos mal pagos para aquilo que fazemos. Depois, esta insatisfação gerou-se agora, um bocado, com a injustiça que a tutela criou entre a PJ, a PSP, a GNR e a Guarda Prisional. Nós sentimos que é uma injustiça que nos fizeram com o subsídio de missão. Pelos números que eles disseram fará uma diferença enorme, na ordem dos 800 euros por mês”.
Quanto ao subsídio, atribuído apenas à PJ, a PSP e a GNR consideram que também o deveriam receber, uma vez que têm o mesmo sentido de missão:
“A segurança dos cidadãos, o combate à criminalidade, no fundo, a PJ tem uma missão de combater os crimes que lhe estão atribuídos mas nós, PSP e GNR, também contribuímos para esse combate e então não achamos que esta diferenciação seja justa”
Além de Bragança, em muitos outras cidades do país, largas centenas de agentes e militares estiveram também ontem em vigília. Por cá, Rui Dias considera que a adesão foi boa, o que revela o desagrado instalado:
“Se tivermos em conta a percentagem dos elementos que há em Bragança, sendo que o comando tem 170/180 agentes, e se considerarmos que entre 60 a 70 estão em Mirandela, nós, termos aqui cerca de 60 agentes já é bastante significativo”.
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por quaisquer sindicatos. Também desde segunda-feira, elementos da PSP e militares da GNR estão concentrados em frente à Assembleia da República, com o mesmo propósito destas vigílias, que, ontem, aconteceram em vários pontos do país.
Também em Vila Real agentes da autoridade (PSP e GNR) protestaram ontem em vigília por melhores condições salariais e de trabalho. A concentração decorreu da parte da tarde e também à noite, juntando agentes e guardas não só da cidade mas de outros postos do distrito.
Este movimento surgiu depois de um agente da PSP se ter manifestado em frente da Assembleia da República contra o suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.
Um protesto que não tem data prevista para terminar.
Foto: Rádio Brigantia
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia e Universidade FM)