Começou, esta terça-feira, no tribunal de Bragança, o julgamento que envolve cinco homens suspeitos de pertencer a uma rede de tráfico de droga, com epicentro em Mirandela, que se dedicava à plantação, preparação e venda de canábis a consumidores dos distritos de Bragança, Vila Real, Aveiro e Porto.
Um dos arguidos está em prisão preventiva, enquanto os restantes aguardaram o julgamento em liberdade.
Um dos arguidos, de 70 anos de idade, antigo proprietário de um talho, em Mirandela, está em prisão preventiva, há 16 meses, é acusado do crime de tráfico de estupefacientes agravado, e dois de detenção de arma proibida, enquanto os restantes, com idades entre os 40 e os 69 anos, que seriam revendedores, são acusados do crime de tráfico de droga. Todos aguardaram o julgamento em liberdade.
Segundo a acusação do Ministério Público, o talhante reformado de Mirandela, como tinha uma quinta grande e situada num local ermo dos arredores de Mirandela, “começou a dedicar-se ao cultivo e venda de canábis, pelo menos desde 2018, tornando-se um abastecedor do mercado de estupefacientes de Trás-os-Montes, mas também do Norte e ainda de Espanha e Suíça”.
Na quinta “possuía vários armazéns e algumas estufas onde tinha as plantas de canábis em bidões de plástico. Neste local, possuía ainda todos os utensílios utilizados nos cultivo e preparação da droga para consumo final, como balanças, sacos de embalamento, máquinas de vácuo, ventoinhas, facas e moinhos”, diz a acusação.
Quando atingiam a maturação, as plantas “eram colhidas, postas a secar e acondicionadas em sacos selados de 100 ou 250 gramas, para depois serem vendidas”, garante a acusação, que acredita que, ao longo dos anos, o reformado terá lucrado mais de 65 mil euros com o tráfico.
O Ministério Público requereu mesmo o arresto de um apartamento do reformado, situado em Mirandela, para garantir que o pagamento da perda de vantagem de 65 mil euros, caso o arguido venha a ser condenado.
Recorde-se que na operação da GNR de Mirandela, em outubro de 2022, que contou com a intervenção de militares de várias valências, foram apreendidos 27 quilos de canábis, o equivalente a cerca de 11 mil doses individuais, oito armas de fogo, quatro armas brancas, cerca de 2600 euros em dinheiro, 105 euros em notas falsas, duas viaturas, duas câmaras de vigilância e diversos objetos e produtos para produzir, preparar e acondicionar canábis.
O julgamento teve, esta terça-feira, a primeira sessão, no tribunal de Bragança e prossegue no dia 20 de fevereiro.
INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM)

