O Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros foi no último minuto resgatado por uma nova Comissão Administrativa.
Ontem à noite decorreu uma nova Assembleia Geral para eleger os órgãos constituintes, que segundo o previsto iriam resultar da Comissão Administrativa apresentada na anterior assembleia.
No entanto, esta comissão, liderada por Carlos Morgado, que não compareceu nesta assembleia, decidiu à última da hora não assumir e abandonou o barco alegando, por razões familiares, não ter condições para conduzir o Macedo a bom porto.
Um ato de falta de respeito, como classificou o presidente da mesa da assembleia, António Afonso.
“Uns momentos antes da assembleia, tive conhecimento que afinal não estavam criadas condições para o grupo assumir. Os motivos apresentados foram do foro pessoal, problemas pessoais e que não estaria em condições para assumir. Na última assembleia nomeamos sete pessoas, hoje por um motivo ou por outro manifestaram-se indisponíveis”, algo que António Afonso diz ser “lamentável, é um desrespeito pelos associados, há oito dias tínhamos apostado neles por unanimidade, ninguém se opôs e hoje alguns deles nem se apresentaram na assembleia. É um desrespeito total pelos órgãos e pelas pessoas”, afirma.
Cinco novos elementos formaram ontem à noite uma nova Comissão Administrativa.
Um resgate que chegou à última da hora, mas que mereceu largos elogios por parte de António Afonso.
“Tivemos que reiniciar todo o processo. Hoje, felizmente saímos daqui com uma comissão administrativa, um grupo de cinco pessoas, que responsavelmente aceitaram o desafio de conduzir os destinos do clube pelos próximos tempos. Não marcamos eleições, vamos esperar. Não é obrigatório que o grupo se torne em direção mas podem alguns continuar e podem criar condições para que surjam eleições o mais breve possível. Nós marcaremos as eleições quando o grupo entender que estão criadas as condições”, explica.
Esta nova Comissão Administrativa do Macedo é liderada por Paulo Carvalho e a ele juntam-se Mikael dos Santos, Paulo Pereira, Sérgio Vaz e Dominique dos Santos.
Paulo Carvalho frisa que formar equipa sénior está fora de questão.
“Jamais pensaríamos em trabalhar com os seniores quando a direção anterior não o fez. Se não tinham dinheiro não trabalhavam, não íamos chegar nós aqui e fazer aquilo que eles não fizeram estando eles no clube. Não vamos por dinheiro do nosso bolso”, explica.
Paulo Carvalho diz-se apanhado de surpresa e afirma que o primeiro passo será iniciar conversações com o Município de Macedo.
“É urgente dar uma solução a isto, ver o que vamos fazer. Isto foi uma surpresa para mim, fui colocado à frente das balas e agora não sei no que isto vai dar. Iremos falar com a Câmara, para eles nos indicarem aquilo que têm para nos oferecer e a partir daí terão que se marcar as eleições”, refere, Paulo Carvalho.
Dentro de um mês serão marcadas novas eleições para os órgãos constituintes do Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros.
Até lá esta nova comissão vai administrar o clube.
De referir que é já neste sábado a apresentação oficial da Escola de Futebol do AC Milan no Estádio Municipal de Macedo de Cavaleiros.
Escrito por Onda Livre
A onde é que eles estão para ajudar a criar riqueza, no nosso Concelho ou até ajudar o Clube Atlético de Macedo e outras Associações, Escolas e potenciar a cultura e tradições do Nordeste Transmontano!….realmente:
Pobres dos nossos rico
s … por Mia Couto
“A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados. Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele. A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos “ricos”. Aquilo que têm, não detêm. Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem.
O maior sonho dos nossos novos-ricos é, afinal, muito pequenito: um carro de luxo, umas efémeras cintilâncias. Mas a luxuosa viatura não pode sonhar muito, sacudida pelos buracos das avenidas. O Mercedes e o BMW não podem fazer inteiro uso dos seus brilhos, ocupados que estão em se esquivar entre chapas muito convexos e estradas muito côncavas. A existência de estradas boas dependeria de outro tipo de riqueza. Uma riqueza que servisse a cidade. E a riqueza dos nossos novos-ricos nasceu de um movimento contrário: do empobrecimento da cidade e da sociedade.
Servem-se do erário público como se fosse a sua panela pessoal. Envergonha-nos a sua arrogância, a sua falta de cultura, o seu desprezo pelo povo, a sua atitude elitista para com a pobreza. Como eu sonhava que Moçambique tivesse ricos de riqueza verdadeira e de proveniência limpa!
Ricos que gostassem do seu povo e defendessem o seu país. Ricos que criassem riqueza. Que criassem emprego e desenvolvessem a economia. Que respeitassem as regras do jogo. Numa palavra, ricos que nos enriquecessem.”
Desejo os maiores exitos à nova Comissão, levem a bom porto este barco que tanto precisa como nunca que os macedenses se unem!
Um Abraço do Luís Oliveira