A Semana da Leitura terminou com um workshop intitulado “Leitura em voz alta”.
A formação é dada por uma atriz da Associação Andante.
Esta atividade foi dirigida aos professores e adultos em geral.
Controlar melhor a respiração para conseguir uma melhor verbalização é o principal ensinamento da formação.
Cristina Paiva, da Associação Andante revela em que consistiu o workshop.
“Nós trabalhamos técnicas que os atores normalmente utilizam para representar mas aplicadas à leitura em voz alta. Coisas que tem a ver com a postura corporal, com o domínio da respiração, o domínio de alguma técnica vocal. Naturalmente é uma coisa superficial neste tempo em que estamos aqui porque é escasso, isto são coisas que levam anos a trabalhar. Queremos dar algumas referências às pessoas para depois poderem trabalhar. A segunda parte será para trabalhar o texto, a abordagem ao texto, algumas partilhas do trabalho que temos feito por ai, do que funciona e não funciona, coisas muito práticas que as pessoas possam usar no seu dia-a-dia. Faremos a construção de uma leitura encenada, será completamente feita pelo grupo, e será apresentada no final do ateliê para o público que estiver para assistir. É uma forma de experimentarem o estar exposto a um publico que não é o de todos os dias, se a coisa funciona, se conseguimos controlar a respiração, se conseguimos articular bem as palavras e se conseguimos movimentarmo-nos de maneira a que as pessoas percebam o que nós queremos fazer.”
Todos os professores deviam ter uma formação contínua sobre a voz.
Cristina Paiva explica que os professores esforçam muito a voz e deviam estar protegidos contra os riscos.
“Isto é uma coisa completamente prática, tem a ver com a experimentação das pessoas. A maior parte das ações de formação são muito teóricas, não é que seja mau porque não é, mas há um trabalho prático por onde os professores deviam passar. Eu defendo que os professores deviam ter, ao nível da voz, ter alguma proteção e formação continua. É uma coisa que devia fazer parte do seu currículo, do seu trabalho normal, todas as semanas deviam ter uma aula com um professor de voz. Deviam saber algumas técnicas porque estar a usar a voz de forma errada anos e anos a fio pode provocar doenças graves e precisam realmente de alguma proteção. Os professores têm vindo a exigir cada vez mais que isso venha a ser incluído no plano de formação geral.”
Inês Barrios, professora na Escola Secundaria de Macedo de Cavaleiros, ficou muito satisfeita com a formação e garante que será muito útil no dia-a-dia.
“A primeira coisa que vou fazer é tentar controlar a minha respiração, não sei como o fazer. As técnicas que estou a aprender irei utilizá-las em casa e depois em contexto de sala de aula. Com 35 anos de serviço acho que chegou agora a oportunidade, no final da carreira, de estar a fazer esta experiencia que eu gostaria de ter feito há muitos anos atrás. O nosso instrumento é a voz, quem está um dia inteiro a falar é logico que chega a determinada altura e necessita de saber técnicas de voz, de se expressar de maneira diferente. Acho que devia fazer parte integrante da formação de professores uma formação contínua, nós temos outro tipo de formações que às vezes é só para utilizar mais uns créditos e não utilizar na sala de aula.”
A Semana da Leitura termina, este sábado, com mais uma sessão deste workshop de leitura.
Escrito por Onda Livre