“Falar e ouvir a agricultura” foi o título escolhido para o segundo debate realizado pelo candidato independente, que conta com o apoio do CDS-PP às autárquicas de outubro, Rui Costa.
Incentivar os agricultores e as associações a colocar as terras que não usam na bolsa de terras.
Bolsa de terras é um dos novos projetos que o Ministério da Agricultura está a realizar.
A ministra da agricultura, Assunção Cristas, esteve presente no fórum da agricultura e explicou no que consiste este projeto.
Assunção Cristas deixa ainda um apelo às associações para se candidatarem a tornarem-se entidades gestoras locais da bolsa de terras.
“Estamos a terminar o processo de regulamentação. Fizemos uma última reunião com as associações de agricultores porque a ideia é ter um sistema nacional de informação das terras disponíveis mas depois ter uma delegação a entidades idóneas locais, a pensar muito nas associações que podem fazer este trabalho de terreno para poderem estimular a entrada de terras que não estejam a ser trabalhadas. Estivemos a ver o regulamento com eles, está muito próximo de ser publicado e brevemente teremos o lançamento de todo o sistema informático, de todo o regulamento. Apelo às associações que se candidatem a tornarem-se entidades idóneas de gestão local da bolsa de terras. Ouvimos aqui uma associação de regantes beneficiários que conhecem as terras, os donos, que sabem ir ter com eles e perguntar-lhes se querem ou não disponibilizar a terra na bolsa, em que condições, se querem disponibilizar para arrendamento, para venda, para obter uma parceria. Só assim é que conseguiremos ter bons resultados.”
A ministra da agricultura adianta que o estado irá por as suas terras na bolsa.
Assunção Cristas acredita que este projeto terá bons resultados para a agricultura portuguesa.
“O estado vai colocar as suas terras na bolsa, algumas já estão identificadas outras estarão. Podemos ter bons resultados se tivermos esta capacidade, através das associações, de estimular os proprietários rurais. No nosso País a terra é essencialmente privada e muito retalhada, dependendo da zona do País. É bom que as pessoas que não usam as terras se possam sentir estimuladas a coloca-las na bolsa de terras.”
Recordo que recentemente a OCDE lançou um estudo onde recomenda o fim do gasóleo verde na agricultura.
Assunção Cristas garante que o apoio sobre o gasóleo verde não será retirado.
“É um relatório que recomenda e fala de várias hipóteses de desenvolvimento para o nosso País, coloca várias questões no âmbito da fiscalidade verde que é uma temática relevante ao ministério. Nós há três semanas tivemos em Portugal um coloquio internacional sobre fiscalidade verde onde discutimos alguns aspetos. Naturalmente isto pressupõe uma reflexão interna e uma escolha das medidas que serão mais adequadas. Eu entendo que o gasóleo verde é um apoio necessário e justo para a agricultura e portanto não está no nosso entender terminar com esse apoio.”
O candidato independente é perentório ao afirmar que o desenvolvimento da região, a criação de emprego e a fixação de jovens no nosso concelho passa por industrializar a agricultura.
“Será a âncora do desenvolvimento. O empreendedorismo poderá passar, e deverá passar, pela agricultura. A criação de postos de trabalho passará por aquilo que nós não temos que é a agro-indústria. Podemos fazê-lo e devemos, já deveríamos ter feito há muito tempo. Nós temos produtos, excelentes produtos, e que não transformamos. A transformação desses produtos seria o principal motor da criação de postos de trabalho e de riqueza no nosso concelho. Temos muita falta de gente, quando mais pessoas saírem mais pobres vamos ficar. Criar emprego jovem, essencialmente isso, emprego jovem que seja pelo empreendedorismo, pelo dinamismo de cada pessoa e há espaço para todos.”
Palavras à margem de um fórum sobre agricultura realizado pelo candidato independente, com o apoio do CDS-PP às autárquicas de outubro, Rui Costa.
Escrito por Onda Livre