Ensinar a gerir o orçamento familiar e preparar o futuro financeiro de uma forma consciente e segura.
Este é o objetivo primordial do ciclo de seminário de aconselhamento, “A cor do dinheiro”, que está a percorrer o país.
No âmbito do Movimento Nacional de Poupança, este espaço de informação e debate pretende dotar os consumidores de ferramentas para gerir de forma eficiente as finanças pessoais e fintar a crise.
O consultor financeiro e responsável pela Exchange, António Godinho sustenta que deve prevalecer uma boa educação financeira.
“As finanças pessoais são uma questão de educação financeira. Infelizmente, nós temos um défice muito grande de educação financeira porque não é um tema que seja tratado nas escolas e desde criança/jovem é algo que deve entrar na vida de todos os portugueses”, sugere.
“Se há alguma coisa boa nesta crise é que está a chamar à atenção para a importância de se fazer uma gestão do orçamento familiar de forma eficaz e não apenas pensar que se pode viver acima das possibilidades. Isso só se consegue através de uma educação financeira que é passada dos pais para os filhos”, assegura o responsável.
António Godinho enumera ainda algumas formas de poupança que visam a otimização de recursos.
“Tentar fazer sempre um orçamento familiar escrito, ou seja, compilar as despesas e as receitas que a família ou o individuo tem. Só através do ato de fazer o orçamento escrito deriva logo uma percentagem de poupança que chega aos 10%, ou seja, só pelo fato de estarmos a controlar o que gastamos faz com que poupemos de uma forma automática”, salienta.
“Há um conjunto de ferramentas e de produtos associados, nomeadamente de poupança, de colocar o mínimo de 10 euros numa aplicação financeira, nós explicamos como é que isso pode ser feito. Existem também algumas técnicas e hábitos de consumo que podem ser regulados no sentido de otimizarmos as nossas despesas, controlando-as, fazendo com que no final do mês tenhamos mais receitas do que despesas, porque se assim não acontecer a vida familiar fica em risco”, assegura, António Godinho.
Subordinado ao tema, Gestão financeira pessoal dos portugueses, o jornalista económico, Camilo Lourenço é um dos oradores e frisa que é também pretensão do seminário prevenir problemas financeiros e encontrar soluções para quem vive em asfixia económica.
“Ajudar as pessoas a gerirem as suas finanças pessoais em momentos muito difíceis como aquele que Portugal está a passar. A primeira preocupação é ajudar quem tem dificuldades; em segundo: quem não tem dificuldades evitar que venha a ter; terceiro: educar financeiramente os portugueses através de uma filosofia completamente diferente do que o País se habituou nos últimos 20 anos”, explica, Camilo Lourenço.
“Se nós ganhamos poucos, não somos ricos, isso quer dizer que temos que aplicar os recursos da melhor maneira possível. É bom não esquecer: nós pensávamos que eramos ricos e não eramos, só fingíamos que eramos ricos porque alguém nos emprestou dinheiro durante 15 anos, isso acabou e agora temos que viver com o que temos. Temos que fazer uma reengenharia de toda a forma como nós vivíamos e gastávamos dinheiro”, frisa o economista.
Excerto de uma entrevista cedida à Onda Livre, à margem do seminário “A cor do dinheiro”.
Escrito por Onda Livre