As medidas de austeridade que a troika impôs a Portugal eram inevitáveis.
A afirmação é do economista, Camilo Lourenço.
Refiro que a entidade que reúne três alianças, Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu está em Portugal para mais uma missão intercalar da sétima avaliação do programa implementado no País.
Camilo Lourenço sustenta que está na hora de parar com o endividamento e a mentalidade tem que assentar na contenção de gastos.
“É inevitável, nós não podemos continuar a endividar. As pessoas que dizem que temos que cortar com a austeridade querem dizer que vamos continuar a endividar? A nossa divida já vale 140% daquilo que produzimos todos os anos e nós vamos continuar a endividar? Quem é que nos vai emprestar dinheiro para isso? Está tudo doido. Acham que os outros nos vão dar dinheiro de borla? Os alemães ou os mais ricos? Eles são ricos porque trabalham como uns cães, eles são ricos porque poupam. Lá está a história do alemão, eu só compro um fato quando tenho dinheiro para dois. Quando nós estamos a pedir dinheiro emprestado, estamos a usar as poupanças dos outros. Se eu estou a utilizar as poupanças dos outros a expetativa de quem está a emprestar é que o dinheiro será devolvido um dia, é isso que eu tenho que garantir e com este tipo de comportamento não vou lá.”
Camilo Lourenço aconselha os portugueses a trabalhar para aumentar os índices de produtividade nacionais para sair da crise.
“A riqueza depende da produtividade, nós não somos produtivos. Temos que estudar a forma como nós trabalhamos em Portugal e pensar assim: “eu tenho que ser mais eficiente, eu tenho que produzir mais e melhor em menos tempo”, isso é produtividade.
“Esse é o palavrão que os portugueses têm que meter na cabeça: “eu tenho que ser mais produtivo”. Eu costumo dizer às pessoas, a primeira coisa que eu faço de manhã quando acordo é pensar: o que é que eu vou dar hoje às pessoas que me estão a ouvir que eu não dei ontem.”
Novos conselhos do economista em declarações cedidas à rádio Onda Livre.
Escrito por Onda Livre