Há mais de 300 novos potenciais empreendedores no vale do Tua.
Os de Vila Flor só serão conhecidos amanhã, mas em Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela e Murça já apareceram mais de três centenas de novas ideais de negócio, ultrapassando o total da primeira edição, em 2012, do Programa de Apoio ao Empreendedorismo no Vale do Tua.
O director executivo da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, José Silvano, confessa que o objectivo é ajudar a criar empresas.“O objectivo deste programa não é financiar nada directamente, é juntar um conjunto de empreendedores que queiram construir empresas ou tenham ideias de negócio e pô-los em contacto com uma realidade para que os obstáculos sejam retirados do caminho. Por isso, entregámos o programa à UTAD, que tem experiência neste domínio. Consiste em dizer a quem tem ideias como deve concretizá-las, como deve fazer o projecto, se elas têm sustentabilidade ou não e quais os financiamentos que existem para esses projectos”, explica o responsável.José Silvano está convencido que as ideias de negócio apresentadas este ano poderão ter mais sorte do que as do ano passado.“Eu acho que desta vez pode ser melhor, porque na primeira edição estávamos no fim de um quadro comunitário e portanto os programas estavam todos vazios de dinheiro. Nesta altura estamos a começar um novo e estou convencido que estes como é mais virado para a iniciativa privada, quem tiver ideias consegue financiá-las através destes programas”, realça José Silvano.Na primeira edição apareceram mais de 300 pessoas com ideias de negócio, de que resultou a criação de 33 empresas, gerando no seu conjunto 72 postos de trabalho.“Parece um número pequeno, mas para a região em que estamos inseridos é significativo”, acrescenta.Turismo e agro-indústria são os sectores em que aparecem mais oportunidades de negócio. É o que acontece em Carrazeda de Ansiães, como salienta o presidente do Município, José Luís Correia:“Somos um concelho essencialmente agrícola e temos potencialidades turísticas. É aqui que devemos focar toda a nossa atenção e é aqui que a maior parte das pessoas vão focar as suas ideias”, sublinha o autarca.
O Programa de Apoio ao Empreendedorismo no Vale do Tua tem o apoio da EDP e surge nos cinco concelhos como contrapartida da construção da barragem do Tua.
Escrito por Ansiães (CIR)
É bom saber que o estado de espírito de 300 empreendedores está voltado para o Tua. Estas coisas são extremamente difíceis de concretizar num país onde impera o tráfico de influências, a burocracia e a manifesta falta de transparência. Depois vêm os impostos e a falta de financiamente que deitam tudo a perder… Eu gostava que a minha região tivesse outra dinâmica empresarial, que cativasse e fixasse pessoas, principalmente juventude e desse mais felicidade aos que por lá andam, mais velhos, e não foram capazes de sair. Os nossos governantes, alguns transmontanos, não são capazes de definir planos de descentralização de serviços e indústria que equilibrassem mais e melhor o povoamento e o ordenamento de todo o território. A classe política é medíocre e fixa-se toda à volta de Lisboa e Porto. Ao Nordeste, melhor dizendo a Trás-os-Montes, bastava pegar no estudo que o Engº Camilo Mendonça fez para criar o Complexo Agro-Pecuário do Cachão e extrair as devidas ilacções. Naquele tempo faziam-se estudos e planos, definiam-se estratégias e Salazar, que não era burro, não autorizaria tal investimento se não pudesse ter sustentabilidade. Não conheço o estudo de impacto ambiental da Barragem Foz Tua, não conheço as vantagens que essa barragem pode trazer para o país e para a região mas, por uma questão de história relacionada com uma vida de trabalho, sempre defendi que a linha do Tua era para manter e modernizar. Os meios técnicos e conhecimentos de engenharia permitiriam dar àquela linha uma dinâmica com aproveitamento económico e social que perdeu.
AF