Tais palavras foram proferidas por Jorge Machado, deputado do PCP, que esteve ontem de visita ao Hospital de Macedo de Cavaleiros, onde esteve reunido com a direção da unidade.
Nesta visita, que se insere no processo de acompanhamento regular às agruras da região, e enquadrado no tema das jornadas parlamentares, a defesa dos serviços públicos, o assunto que esteve no cerne da sua deslocação à região prendeu-se com o possível encerramento do serviço de urgência do Hospital de Macedo de Cavaleiros.
“Temos uma grande preocupação relativamente ao Hospital de Macedo de Cavaleiros, com as informações que temos recolhidas sobre o encerramento do serviço de urgência básica.
Naturalmente não afeta só esse setor, que só por si já seria suficientemente grave, mas que pode ter consequências mais vastas no próprio hospital, no seu funcionamento e nas suas valências.
Estamos num processo em que estamos a visitar um conjunto muito grande de serviços públicos. Os deputados do PCP estão a dedicar o dia todo, em todo o país, para se reunirem com administrações de hospitais, escolas, finanças e outros serviços públicos para preparar aquela que é a nossa interpelação ao governo na próxima quinta-feira.
Vamos precisamente chamar o governo para discutir esse encerramento de serviços públicos que está a decorrer no nosso país.”
Num dia em que os deputados do PCP andaram por todo o país, para se inteirarem dos problemas que assolam as zonas mais interiores, Jorge Machado saiu preocupado com as informações recolhidas, nomeadamente pela possibilidade de fecho que paira sobre alguns departamentos públicos do distrito de Bragança.
O deputado do Partido Comunista falou de um Trás-os-Montes estrangulado pelas sucessivas decisões do governo, mas deixou o apelo para a não-resignação do povo.
“Como digo, temos um conjunto de dados sobre a região que são muito preocupantes, que levam ao estrangulamento da região.
Mais, levam ao agravamento do problema da desertificação.
Muitas vezes usa-se esse problema para justificar o encerramento de serviços. E esses encerramentos levam ainda a mais desertificação. Uma pescadinha de rabo na boca que está a estrangular a região.
O PCP vai continuar a lutar, também fora da Assembleia da República, por uma alternativa que mude o rumo do nosso país, que não destrua nem afunde as diferentes regiões.
Entendemos que o PCP está no caminho certo. Não devemos ser só nós a lutar. Tem que haver cada vez mais gente a vir para a rua, para derrotar este governo.
Esta é a única resposta que subsiste para travar este caminho de desgraça nacional.”
Jorge Machado considera que o governo está muito longe das populações, e que desconhece as suas verdadeiras necessidades.
Governar de longe, é, na sua opinião, sinal de pouca sensibilidade e de pouca vontade para conhecer os reais problemas do Nordeste.
“O governo está muito longe da realidade, e muito pouco sensíveis para conhecerem a realidade e os problemas concretos das populações.
Há normas para poupar dinheiro, há perspetivas de corrupção da despesa, e olham-se para critérios, folhas de Excel e mapas de uma forma totalmente desumana.
Por exemplo, não ter em consideração que fechando uma repartição de finanças, a população de Freixo de Espada à Cinta terá que fazer 140km para ir e vir de Vila Flor, que passa a ser a repartição mais próxima. Um idoso precisa de fazer mais 70km em estradas nacionais é governar não tendo em conta minimamente aquilo que são o interesse das populações.
Acho que o governo está, permita-me a expressão, literalmente a borrifar-se para os problemas das pessoas, tanto é que querem poupar dinheiro para o entregar aos grandes grupos económicos.”
A comitiva seguiu para Mirandela, para uma reunião com a Direção Regional de Agricultura e Pesca do Norte para continuar a debater as premências da região.
Um dia em que Jorge Machado, deputado do PCP, esteve à volta da mesa com a direção do Hospital de Macedo de Cavaleiros, iniciativa que faz parte das jornadas parlamentares de defesa dos serviços públicos levadas a cabo pelo Partido Comunista Português.
Escrito por ONDA LIVRE