Um Natal diferente sobre a mesa

A Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros recebeu um workshop sobre alimentação para doentes oncológicos, intitulado “Sabor no Natal”.

Quem assistiu a esta ação ouviu conselhos práticos para lidar com alguns efeitos secundários da quimioterapia, como a falta de apetite ou as náuseas, que acabam por afetar quem tem que se sujeitar a este tipo de tratamentos, para que consigam passar a quadra natalícia da melhor forma possível.

Teresa Gomes, nutricionista e oradora neste workshop, explica que houve uma necessidade por parte do corpo médico de organizar uma ação com esta vertente.

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“Todos os doentes que fazem quimioterapia, mais tarde ou mais cedo, acabam por ter alterações que influenciam a sua alimentação. Sejam as náuseas, os vómitos, a prisão de ventre, a diarreia, a falta de apetite.

Portanto, é muito importante falarmos com eles e darmos-lhes estratégias para eles superarem da melhor forma possível essas fases.

Isto tendo em conta que estamos a passar uma época especial, o Natal, que mexe com todos nós. Somos muito sensíveis ao Natal e à família. Queremos passar o melhor possível esta quadra.

Muitas vezes não sabemos o que podemos comer, vemos a família comer, mas não podemos acompanhá-lo, e isso acaba por trazer sentimentos de insatisfação.”

A época de Natal representa então uma preocupação acrescida para os doentes oncológicos, e o apoio psicológico, para encarar à mesa esta festividade em família com naturalidade, é essencial, conforme esclarece a psicóloga, Sara Costa.

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“Porque envolve o eles quererem responder às expectativas da própria família.

Faz com que fiquem preocupados, ansiosos, nervosos, com medo de que aconteça alguma coisa.

Portanto, isto está subjacente nas épocas natalícias. E há que superar isso, criar estratégias para superar da melhor forma, em convívio com toda a família.

Os pacientes do Hospital e os respetivos acompanhantes presentes estavam agradados pela iniciativa, e consideraram-na útil.

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“Muitas coisas que foram focadas eu já tinha conhecimento, mas havia muita coisa que desconhecia. E quando se está nestas doenças, é importante saber.”

“Sim.

Gostei muito”.

“Foi elucidativo, porque explicaram bem aquilo que podemos ou não comer.”

“Além de termos quinzenalmente uma consulta com a nutricionista, vim tirar dúvidas que já estava com ideias de apresentar, sobretudo sobre o que ele pode ou não comer no Natal.”

Fiquei esclarecida a 100%.”

Presente este ainda Célia Costa, a representar a Liga Portuguesa Contra o Cancro da unidade de Bragança.

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“Muitos destes doentes, sobretudo, precisam de carinho e de alguns conselhos na alimentação, porque passam por fases muitos complicadas durante os tratamentos.

Acho muito importante estar aqui presente e poder divulgar em Bragança para outros doentes que não puderam vir, e também para a família, que precisa de saber como dar o apoio.

Muitas vezes a própria família precisa de apoio, não só o doente.”

Houve ainda espaço para provar receitas de Natal alternativas, como a aletria feita leite de soja ou pão de banana, porque ter uma boa alimentação e cuidados acrescidos não significa uma privação total dos prazeres característicos da época.

Para quem não pôde assistir, será disponibilizada no site da instituição toda a informação palestrada sobre o tema.

Um workshop para os doentes oncológicos saberem mais sobre as alternativas saudáveis para ter em cima da mesa no dia de consoada.

 

Escrito por ONDA LIVRE