A chuva intensa que tem caído nos últimos meses está a gerar efeitos retardativos nas culturas em Trás-os-Montes.
Os terrenos estão alagados, o que tem atrasado as sementeiras na região transmontana, nomeadamente da batata e de outros produtos hortícolas.
Luís Cabanas, coordenador da Federação da Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro (FATA) refere que os prejuízos são visíveis e considera, que não há, neste momento, condições para as práticas agrícolas normais da estação.
“Os danos são visíveis no país todo, e inclusive na Europa.
Estamos a meio de Fevereiro, nesta época havia já a possibilidade de haver sementeiras, principalmente de batata, para ser colhida mais cedo.
Devido à quantidade de água no solo, neste momento é impraticável fazer qualquer tipo de ação de cultivação. Para além de algumas estufas.
Até a limpa do olival é impraticável até que venham 10 ou 12 dias com um clima sem chuva, pelo menos.”
O facto de as sementeiras estarem atrasadas fará com que os produtos sejam colhidos mais tarde do que o que seria habitual.
Luís Cabanas alerta para o facto de nessa altura o mercado poder estar já saturado com produtos estrangeiros.
“Isto é tudo um ciclo vicioso.
Quando se atrasam as coisas podemos ficar sujeitos a que apareçam no mercado mais tarde. Com a agravante de que os nossos vizinhos espanhóis têm uma capacidade agrícola maior do que Portugal tem.
Podem colocar cá o produto deles mais cedo. E, ao haver um produto mais cedo, o consumidor vai comprar o que existe. E isso pode acontecer. E se já os preços são baixos…”
O mau tempo a adiar as sementeiras e outras atividades agrícolas, como a limpeza dos olivais.
As chuvas intensas que têm fustigado a região transmontana, deixaram os terrenos alagados, o que têm inviabilizado a normal prática do cultivo.
Escrito por ONDA LIVRE