As colectividades do concelho de Macedo de Cavaleiros devem caminhar para a autonomia e auto-sustentabilidade e para isso os vereadores da câmara municipal são a favor do corte de 66 por cento no apoio concedido pelo município à Cooperativa de Informação e Cultura, Rádio Onda Livre Macedense.
A autarquia vem definindo uma subtracção gradual às diversas associações culturais, desportivas e recreativas do concelho para fazer face à contingência financeira que atravessa.
Às restantes associações prevêem um corte de 15 por cento.
O vereador do CDS-PP, Rui Costa afiança que na base desta exigência estão directrizes que visam a equidade entre instituições.
“Foi proposto pelo Executivo, mediante o Plano e Orçamento das Associações das Coletividades, o pedido de uma determinada verba. Um pedido que foi efetuado pelas coletividades. Umas mais modestas, outras não menos que isso.
De grosso modo, houve a entrega de um terço, 30% e pouco daquilo que é pedido para aquele que é atribuído pelo Executivo, e não é proposto por mim.
Do ano anterior para este ano, todas as coletividades sofreram um corte de 15% em relação à verba que receberam no ano anterior.
A única coletividade que se mantém exatamente com o mesmo montante é a Rádio Onda Livre.
Daí eu ter sugerido que essa coletividade deveria, a par das outras, ter esse corte também.”
Rui Costa acredita que este corte não irá colocar postos de trabalho em causa e frisa que a tarefa diária que a rádio executa, pode e deve continuar a crescer.
“Eu frisei também na minha intervenção, e vai ficar em ata, que a Rádio Onda Livre sempre que na progressão dos seus objetivos e no serviço aos munícipes de Macedo precise da colaboração da autarquia, pois vai requerê-la, pontualmente.
E cá estarei eu, tal como os meus outros colegas da vereação, com certeza, para apoiar a Rádio Onda Livre no excelente serviço que ela presta.
Eu espero que não, e deixo aqui um apelo aos dirigentes, que já fazem um esforço muito grande que reconhecendo, com todo o mérito pessoal, que intentem um esforço suplementar para conseguirem, não só manter, como criar mais postos de trabalho.
Da minha parte, e no Executivo a que eu pertenço, poderei sempre ajudar e contribuir nesse sentido.
Tenho é que manter a minha postura e a minha coerência sobre aquilo que eu pedi desde o início do meu Executivo, face à situação financeira do município, que seja contido nas despesas. “
Rui Vaz sublinha que tendo em conta o constrangimento orçamental da autarquia, o corte na verba às associações era uma dado que tinha que ser lançado.
E está confiante de que a trabalho desenvolvido pelas mesmas não será posto em causa.
“E, aliás, foi enaltecido ali o trabalho e o desempenho da direção da Rádio Onda Livre.
Esta direção tem feito um excelente trabalho. A Rádio Onda Livre atingiu, de facto, um patamar de qualidade significativo. Apresenta nas suas contas resultados positivos.
Portanto, assim sendo, não estamos a por em risco. Mal seria pensarmos que a gestão da Rádio Onda Livre, e no que diz respeito particularmente à questão do pessoal, pensar que é pago pelo apoio financeiro que é dado pela autarquia.
Aquilo que nós podemos entender é que nas contas da Rádio Onda Livre se reflete um apoio que é dado pela autarquia.
Agora, para quem apresenta, e muito bem, resultados positivos… Claro que terá que fazer os seus ajustamentos, bem entendido. E ajustamentos, que quanto a mim, não passaram, de forma alguma por despedimentos na Rádio Onda Livre, julgo eu.”
O vereador socialista refere que o que está em causa é a gestão sustentável da autarquia, que espelha uma difícil conjuntura financeira.
Para Rui Vaz, a subtracção nas verbas é algo incontornável.
“A Câmara não tem dinheiro para gastar. Não pode prometer, porque também não pode dar.
Portanto, neste momento é aquilo que se está a passar. No fundo estamos aqui a viver o reajustamento de erros do passado.
A Câmara gastou demais, não teve critério no que diz respeito à distribuição de algumas verbas. Nomeadamente, se calhar, na rubrica das coletividades também nesta se ultrapassou aquilo que era a capacidade da autarquia.
E agora chegamos a um ponto em que temos que ajustar. A alguns vai doer mais do que a outros, é um facto. Esta redução tem que ser feita. Não está só a ser feita agora. Foi feita nos últimos anos.
E neste momento até existe um Executivo em que a oposição tem uma maioria. Mas no passado, a Câmara Municipal com a maioria decidiu exatamente no mesmo sentido.
Portanto não somos só nós que neste momento estamos a por a situação neste pé.”
O presidente da câmara municipal, Duarte Moreno diz-se preocupado com a possibilidade da Cooperativa de Informação ter que reduzir nos recursos humanos que hoje a constituem.
“Esse foi um dos meus argumentos.
Mas como depois a oposição me contradisse, no sentido de que “Não vá por aí, senhor Presidente”, porque esta Cooperativa tem meios de sustentabilidade muito superiores a qualquer outra associação.
Pelo que não é argumento para não cortar.
O meu argumento foi, precisamente, que podia em causa não só o trabalho, mas também postos de trabalho. Eu sei perfeitamente o trabalho que a Cooperativa faz, sei onde chega a sua a sua voz, o trabalho desenvolvido em prol de Macedo de Cavaleiros, o nome que leva para fora, e temo que as coisas se compliquem.”
Duarte Moreno é imperativo ao dizer que as fraquezas de hoje podem ser as forças de amanhã e acredita que é perante as adversidades que podem surgir as oportunidades.
“Esta fraqueza que é hoje pode-se tornar numa força amanhã, e a Rádio não precisar nada so subsídio da Câmara Municipal para poder sobreviver.
Nós temos é que pensar e ponderar bem a situação. De facto, claro que quando nos vão ao bolso nós sentimos, e com força, mas é nas dificuldades que nós encontramos as oportunidades.
E a Rádio pode muito bem com os elementos que tem, encontrar oportunidades de fazer negócio.
É conquistar o mercado, ir saber de publicidade como já o faz, é fazer vários programas Feiras e Festas. É fazer todos esses programas para rentabilizar mais os meios técnicos e humanos que tem.
Não esmoreça, é isso que eu peço à Rádio. Que conte sempre com os Macedenses, com a sua ajuda e o seu contributo, para poder sobreviver.”
Neste momento a rádio vê a sua comparticipação sofrer uma drástica redução, sendo que de dezoito mil euros passa a seis mil euros anuais.
Segundo a vereação do executivo, as colectividades do concelho de Macedo de Cavaleiros devem traçar o caminho da auto-sustentabilidade.
Um ponto que foi aprovado, ontem, em reunião de câmara, com os quatro vereadores da oposição a votar a favor e os três membros do executivo social-democrata a votar contra esta drástica redução.
Escrita por ONDA LIVRE