A Direção da Rádio Onda Livre deu ontem uma grande entrevista que teve como objectivo nuclear colocar em cima da mesa todos os pontos que visam tornar claro o trabalho que a Cooperativa de Informação e Cultura realiza diariamente.
O presidente, Joaquim Santos e o vice-presidente, Luís Neves deram voz à indignação que os invade neste momento e argumentaram sobre as críticas incessantes de que a rádio tem sido alvo.
Uma entrevista para ouvir esta quinta-feira, em repetição integral a partir das 16h30.
A Rádio Onda Livre viu-se de um dia para outro sem 66 por cento do apoio que o Município de Macedo de Cavaleiros concedia já há 15 anos a esta parte.
Um corte que chega sem aviso prévio e numa altura em que a conjuntura económica é gravemente adversa.
Importa sublinhar que uma rádio sobrevive de patrocínios publicitários.
Publicidades estas que chegam maioritária do pequeno comércio e das pequenas e médias empresas. Suporte este que está cada vez mais difícil de manter, porque o comércio definha a cada dia e os estímulos que lhe chegam são poucos ou nenhuns!
Na semana passada a Rádio Onda Livre recebeu a seguinte notícia:
“As colectividades do concelho de Macedo de Cavaleiros devem caminhar para a autonomia e auto-sustentabilidade e para isso os vereadores da câmara municipal são a favor do corte de 66 por cento no apoio concedido pelo município à Cooperativa de Informação e Cultura, Rádio Onda Livre Macedense.
A autarquia vem definindo uma subtracção gradual às diversas associações culturais, desportivas e recreativas do concelho para fazer face à contingência financeira que atravessa.
As restantes associações sofrem um corte de 15 por cento.
Neste momento a rádio vê a sua comparticipação sofrer uma drástica redução, sendo que de dezoito mil euros passa a seis mil euros anuais.
Uma redução que não mereceu qualquer negociação prévia com os seus responsáveis.”
Esta decisão pode comprometer postos de trabalho e consequentemente o desempenho da rádio no cumprimento das suas actividades diárias.
Indignação parece ser o sentimento que paira no ar de direcção e consequentemente dos funcionários e dos estimados ouvintes da Onda Livre, que ao longo desta entrevista fizeram questão de mostrar todo o apoio e afeto que nutrem por esta casa.
Joaquim Santos no decorrer da entrevista e em resposta a algumas manifestações de cariz pessoal disse: “ponho o meu lugar à disposição para não haver esse corte de 66%”.
Outra das críticas com as quais a rádio tem vivido no último ano diz respeito à não cobertura da Feira do Folar de Vilarinho de Agrochão. Um assunto que mereceu duras críticas do PS na última AM, um ano após o acontecimento, a matéria continua a gerar controvérsia nas bancadas municipais. Foi hora de colocar em cima da mesa as cartas e esclarecer o grosso modo do assunto e de forma definitiva.
Os supremos interesses das instituições do concelho deviam estar acima de tudo. Será que não estão? É a grande questão.
Sublinhe-se que a ROL preparava-se para proceder ao lançamento de uma televisão digital, projecto este importante e estruturante no crescimento do seu trabalho e que agora com este corte infligido pela vereação, cai por terra definitivamente tal pretensão.
Refira-se que há 15 anos a esta parte, que a Câmara Municipal comparticipa a Onda Livre, sob a forma de subsídio.
O principal objectivo da Cooperativa de Informação e Cultura é o de promover a cultura e a tradição do concelho de Macedo de Cavaleiros, da região transmontana, valorizando a música, as gentes e a informação local, de caráter generalista e desportivo.
A Rádio Onda Livre é uma instituição aberta, isenta, pluralista e onde todos têm voz.
Está ao serviço da e para a população.
É uma rádio local ligada ao mundo e sobretudo aos emigrantes transmontanos que nos ouvem nos quatro cantos do mundo.
A direção deixa a promessa de não baixar os braços, garante mostrar toda a capacidade de resiliência, pois as fraquezas de hoje podem ser as forças de amanhã.
A Voz da Rádio vai continuar no ar para o país e para o Mundo!
Pode ouvir a entrevista na íntegra: