A noite de sábado foi dedicada à serenata a Macedo de Cavaleiros e ao reavivar do espírito académico.
O Festival de Tunas é assinalado há dez anos e anualmente a promessa de casa cheia continua a ser uma garantia.
Quatro tunas estiveram a concurso, para as delícias do público presente no Centro Cultural e a noite foi de bom ritmo e boa disposição.
A vencedora foi a Estudantina de Braga que reúne desde há sete anos, um grupo de amigos que outrora foram estudantes e levou três prémios na bagagem, o de Melhor Instrumental, Melhor Solista e Melhor Tuna.
O Magister da Tuna, Filipe Fernando expressa o que torna a Estudantia diferente.
“A nossa tuna é muito diferente do habitual.
Nós somos uma união de várias tunas. As nossas tunas-mãe com o tempo e com a saída de alguns elementos-chave começaram a morrer.
Nós na altura, deste mundo das tunas, já nos conhecíamos uns aos outros. E decidimos pegar nestes membros que estavam sozinhos, um bocadinhos perdidos, juntar-nos e fazermos uma tuna a representar o distrito de Braga.
Não temos nenhuma Universidade ou instituição por trás a apoiar. Simplesmente somos um grupo de amigos que se conhecia deste mundo, e que, por motivos variados, nos juntamos. E começamos a ensaiar.”
A Tuna de Engenharia da Universidade do Minho, a Afonsina arrecadou o galardão de segunda melhor tuna e Melhor Porta-Estandarte.
José Mota, o Magister, ou seja o presidente da colectividade diz que quando participam em festivais de tunas, a ideia é ganhar tudo e mais alguma coisa.
“Acima de tudo é muita alegria.
É isso que a Tuna representa. Muita alegria e companheirismo. E passar uma vibe para o público que eles fiquem realmente a gostar de nós.
Nós temos os chamados tunos, que são os Afonsinos. Neste momento somos 96. E temos também 14 caloiros e 13 pré-caloiros. Isso é o grau que nós atribuímos a cada uma das pessoas.
Quando são pré-caloiros, entraram para tuna, mas ainda não pertencem oficialmente. Passando a caloiros, fazem parte integral da Tuna, são indispensáveis. E depois temos os Afonsinos, que é o grau máximo, quando já se reconhece que um membro faz realmente parte da Tuna.
Quando vamos a algum festival, seja ele qual seja, a intenção é levar tudo e mais alguma coisa.”
A Tuna Fernando Pessoa conquistou o prémio de Melhor Pandeiretas e Tuna Mais Tuna.
O Magister Tunae, Carlos Costa considera que o importante é passar alegria e partilhar o espírito académico.
“Espírito académico, acima de tudo. Diversão.
Queremos mostrar às pessoas o quanto nos divertimos e o quão importante é este espírito, que nós tentamos transmitir. Nem todos conseguem, mas nós conseguimos.
O final “à alentejano”, foi uma brincadeira que surgiu na última quarta-feira. É recente. E achamos que o público merecia. Portou-se muito bem.
Na minha perspetiva acho que eles gostaram. Para nós nunca foram importantes os prémios. Vimos aqui para nos divertir apenas.”
A C.U.C.A veio do Porto pela primeira vez para fazer parte da Serenata a Macedo.
O líder Rui Ferreira conta que para o palco levaram algumas músicas em estreia que retratam a boémia e a cortesia à mulher.
“Acima de tudo, o espírito académico e a boémia.
Estreámos algumas músicas. O que queremos transmitir de facto é que uma Tuna tem como único objetivo transbordar alegria, animar e contagiar o público, sendo que muitas vezes as Tunas agora tocam peças mais ecléticas.
Mas o objetivo principal é sempre pegar no que é tradicional da música portuguesa e propagar a cultura portuguesa. É isso que uma Tuna é.
E representar bem o espírito académico. São esses os dois vetores de uma Tuna.”
A Santa Casa da Misericórdia patrocina todos os anos o Festival de Tunas e a Serenata a Macedo de Cavaleiros e no final ofereceu um garrafão de vinho, à grande vencedora.
O provedor e presidente do coletivo de jurados, Castanheira Pinto afirma que a decisão na atribuição dos prémios foi unânime
“Todos os anos faço parte do júri.
Este ano a escolha não foi difícil. A Estudantina de Braga destacou-se. O júri foi unânime nos prémios atribuídos.
Esta X edição esteve muito engraçada e muito jeitosa. Houve Tunas com mãos valor do que outras, mas tiveram a sua recompensa nos prémios que lhes atribuíram.”
O Centro Cultural abriu as portas à décima edição da Serenata a Macedo e teve direito a casa cheia e quatro tunas que abrilhantaram a noite.
Escrito por ONDA LIVRE