Artur Pereira, técnico do Clube Académico de Mogadouro, é contra a remodelação no futsal, que impõe a supressão da III Divisão.
Com o aproximar do final da época regulamentar, chegará ao fim para 11 das 14 equipas que integram a série A da III Divisão de Futsal, entre as quais o Mogadouro e o Macedense, a militância num escalão nacional.
O treinador está indignado com estas alterações.
“Quero deixar aqui a minha indignação para com o que estar a fazer à III Divisão Nacional.
É completamente fora de contexto descerem tantas equipas numa divisão, e haver uma equipa a descer na II Divisão.
Portanto, considero que isso não é justo. Volto a insistir, a III Divisão faz muita falta para completar a formação de um jogador.
Lamento esta restruturação, com a eliminação de uma III Divisão.”
A partir da próxima temporada, passar-se-á de uma divisão distrital para a II Divisão.
Mais um fator de centralização, diz Artur Pereira, pois as turmas do litoral não sentirão esta alteração.
Já em Trás-os-Montes, será preciso um enorme esforço económico por parte dos clubes para atraírem jogadores com calo para disputarem uma liga desse calibre.
“Para haver uma equipa forte numa terceira divisão tem que haver investimento.
Podemos aproveitar alguns jogadores da terra, mas é lógico mais de 50% terá que vir de fora.
E para os ir buscar? Jogadores portugueses virem para Trás-os-Montes não querem. Só vindo ganhar muito dinheiro.
Agora entende o que eu quero dizer com isso.
A questão é que esta restruturação está feita para as equipas do litoral. Para as equipas de Trás-os-Montes ou do interior se dedicaram ao distrital, e mais nada.
Isto é o quê? Centralizar o futsal? Meu Deus, é em tudo.”
Quanto ao montante que recebem atualmente da Associação de Futebol de Bragança, para deslocações, Artur Pereira considera-a “irrisória” no universo geral, pois não chega para ter um impacto significativo nas contas do clube.
Para atenuar assimetrias entre o litoral e Trás-os-Montes, a formação e a arbitragem deveriam ser gratuitas para facilitar a prática desportiva e cativar mais pessoas ligadas à modalidade para os pavilhões, diz o comandante do banco do Mogadouro.
“Os clubes que fazem determinada quantidade de quilómetros deveriam ter um subsídio de deslocação, porque, de facto, são gastos astronómicos e ninguém olha a isso.
Só querem que as pessoas paguem inscrições, que paguem passes.
Se nós já somos uma região muito prejudicada, em todos os aspetos, no desporto acontece a mesma coisa. Não é normal isto.
É uma verba irrisória. Acho que se devia ver quais são os clubes que fazem mais quilómetros, e não dar uma ajuda simbólica. Ajudar mesmo os clubes.
É uma pequena ajuda, e todas as ajudas são bem-vindas, mas não é assim que se consegue.
No trabalho de formação, na minha opinião, nas camadas jovens as inscrições deviam ser grátis. A arbitragem devia ser grátis.”
O treinador mogadourense a expressar a sua indignação para com as alterações que se vão administrar no futsal.
Relembro que a III Divisão, onde estão neste momento o Mogadouro e o Macedense, vai deixar de existir. Subirão três equipas em cada série, e as restantes serão despromovidas à distrital.
Escrito por ONDA LIVRE