A serem aprovadas, as novas medidas de reorganização da rede escolar prescrevem o encerramento de todos os jardim-de-infância das freguesias do concelho macedense e da escola do 1º ciclo de Chacim.
Recordo que em cima da mesa estão em negociação novas medidas que visam o fim dos estabelecimentos de ensino com menos de 21 alunos.
Paulo Dias, diretor do Agrupamento Vertical de Escolas de Macedo de Cavaleiros, discorda veemente com esta medida, pois considera que já se atingiu a racionalização máxima do ensino no concelho.
“A minha intervenção vai no sentido de obstaculizar as medidas que se pretendem, porque nós já estamos naquilo que consideramos o agrupamento máximo, a racionalização máxima, aceitável. Porque todas as escolas e jardins que estão a funcionar já são escolas de acolhimento.
Já há, neste momento, crianças que estão a ser transportadas de outras freguesias para aqueles que estão a funcionar.
Claro que isso significa perda de qualidade de vida, e situações de risco. Não é uma tarefa fácil nem isenta de riscos transportar crianças a partir dos três anos de idade.”
Estão em risco todos os jardim-de-infância das freguesias do concelho, e o fecho da escola primária de Chacim.
O diretor Paulo Dias diz que a poupança imediata com esta nova reorganização seria nula, antes pelo contrário.
“Iria provocar uma situação de falta de colocação dos professores, das educadoras de infância.
Iriamos ter uma situação inacreditável, que seria as crianças a serem transportadas, os professores e educadoras de infância sem turmas sem lecionar, mas colocados no quadro do agrupamento, porque estão em missão definitiva.
A diminuição em termos imediato seria zero, antes pelo contrário, porque passariam a transportar-se mais alunos.”
A ser aprovada, a nova reorganização irá afetar cerca de 70 crianças, dos 3 aos 10 anos.
Deveria haver mais apoios para a região transmontana, de modo a proteger as zonas mais interiores. É essa a opinião de Paulo Dias.
“É uma preocupação generalizada, porque há cada vez menos crianças.
Eu creio que a nossa região, como interior profundo que é, deveria ser algum tipo de exceção com mais apoio, à imagem do que acontece com Portugal e Madeira relativamente à Europa, que somos regiões periféricas e ultraperiféricas, que acabam sempre beneficiar de prorrogativas que quem está mais junto das zonas de decisão, de maior riqueza e de maior conforto e bem-estar não têm. “
Desde 2001, aquando das primeiras ordens de encerramento, até 2007, Macedo de Cavaleiros perdeu 60 postos de ensino.
Das 70 inicias restam agora apenas 10.
Se for dada luz verde a uma nova reorganização para o pré-escolar e 1º ciclo, o concelho de Macedo de Cavaleiros ficará só com o Centro Escolar da cidade e com a escola primária de Travanca.
Foi ainda apresentada, e aprovada por unanimidade, uma moção em reunião de Assembleia contra as novas implementações.
Escrito por ONDA LIVRE