Nesta sexta-feira 13, Montalegre faz “a chamada” aos milhares de visitantes que invadem a vila transmontana.
Esta será a única deste ano, e daí o tema escolhido, que remete para uma chamada coletiva para participar neste espetáculo de luz e cor, que tem como palco o castelo.
Padre Fontes é o mentor desta festa, e é ele quem nos conta que se pretende que as pessoas se libertam das superstições.
“Usamos isso para fazer precisamente o contrário – para libertar as pessoas de tudo quanto é terror, medo, aos problemas psicológicos, de ameaças de vizinhos ao pé da porta, de tudo quanto é crendices e superstições exageradas.
O teatro termina o teatro, que é baseado em luz e cor, projetado nas quatro torres do castelo, que lhe dá uma imponência e visibilidade.”
Um dia bom, é o que prevê Padre Fontes.
Para além da sexta-feira 13, associado ao azar, junta-se o dia de Santo António, santo ao qual se atribuiu uma carga mágica.
“O dia é bom porque já é quase verão, o clima convida.
É o Santo António que convida, porque também tem um pouco de magia. Como se costuma dizer “Se queres fugir do demónio/e das situações infernais/recorre ao Santo António”, é uma reza que se costuma dizer muito para afastar o mal de todos nós e é o advogado das coisas perdidas.
Portanto, quem perdeu a alegria, pode encontrá-la. Quem perder a sorte pode tentá-la- Quem perdeu a esperança pode recuperá-la e reativá-la.
E é também o santo casamenteiro das novas.”
Não vai faltar a queimada, que é uma bebida de teor alcoólico, feita à base de água-ardente e servida a arder.
Explica o Padre Fontes que a bebida serve, supostamente, para “limpar” quem a bebe de falsas crenças e dos medos.
“Termina com a queimada, que é um teatro monumental, com 1000 litros de água-ardente que pomos a arder.
E depois, à volta da água-ardente, invocamos e provocamos o que as pessoas trazem de mal, de superstição, de magia negra – crendice. Medos ao que não existe, à fantasia, ao poder falso dos outros.
E bebem aquele xarope, que é composto de várias elementos de magia branca, que chamamos ao açúcar, e magia negra chamamos-lhe ao café.
E todos esses componentes, mais um bocado de maçã do paraíso terreal, invocamos o estado de inocência, o estado de pureza, de felicidade.
Fazemo-lo recuperar às pessoas, que depois de beberem, vão para casa com gosto e alegria.”
Montalegre faz hoje “A chamada”.
Mais ou menos supersticiosos, podem contar com um espetáculo de luz e cor e muita animação noite dentro.
A única sexta-feira 13 do ano espera cerca de 30 mil pessoas.
Escrito por ONDA LIVRE