A Associação Nacional de Laboratórios (ANL) teme que a internalização dos exames complementares na Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) leve ao encerramento dos laboratórios privados do distrito.
Numa reunião de emergência realizada ontem em Bragança, laboratórios, autarcas e médicos discutiram a medida, que obriga os utentes a fazer as suas análises em hospitais e centros de saúde.
Já implementada nos concelhos de Bragança, Macedo e Mirandela, a internalização pode vir a estender-se a mais 8 municípios do distrito.
A associação acusou a ULS do nordeste de ter feito uma negociação musculada, para haver uma nova redução de preços e que, caso não seja aceite pelos laboratórios, o objectivo é lançar um concurso púbico. Para o presidente da ANL, José Chaves, ambas as alternativas são insustentáveis.
José Chaves recusa o argumento de que a medida reduz custos, já que, garante, a tabela dos privados pratica, neste momento, preços abaixo da hospitalar.
Dos 6 laboratórios que existiam na região dois encerraram e outros dois funcionam com serviços mínimos.
António Taveira, de uma empresa de laboratórios da região, denunciou que a ULS tem uma dívida de 2 milhões às unidades de análises clínicas privadas.
Berta Nunes, presidente de câmara municipal de Alfândega da Fé, acredita que esta medida vai atrasar os tempos de espera e pôr em causa a acessibilidade dos doentes aos cuidados de saúde:
Para a ordem dos médicos a capacidade de escolha do utente está posta em causa. Manuel Sirne Carvalho, presidente do colégio da especialidade da ordem, está também preocupado com o incumprimento das regras de qualidade impostas pelo manual de boas práticas laboratoriais.
Até ao momento não nos foi possível obter uma reacção por parte da ULSNE.
Informação CIR